Assista eu fingir que não me importo.
Eu fingir esse modo tenso e denso de coexistir.
Eu fingir rindo, falante, mas sempre verdadeiramente calado.
É o que eu sou, o fingidor, o finge dor, o finge amor
sempre calado.
Diante do que me impressiona de tão ...
Hmm.. Óbvio? Sim, a obviedade sempre me impressionou.
Talvez pela minha eterna esperança de criança
de que o que é óbvio no fim não existirá.
De que o óbvio esconde o não óbvio.
De que no fim existirá apenas luz,
apenas som, apenas suor, sal, líquidos,
e ar bem suspirado.
O suspiro bem findado,
o suspiro primogênito
que foi o primeiro da família a atingir o fim.
O fim que nenhum suspiro atinge.
Assista eu fingir que finalizo suspiros.
Assista eu fingir para mim mesmo que essas coisas são on/off.
Não. O que existe é o óbvio.
Isso que eu vejo e acho que esconde algo
É na verdade o único algo que existe.
O algo óbvio..
O que eu vejo chamando de futuro
é na verdade o presente em que já vivo
e sempre vivi.
Assista eu sempre calado.