sexta-feira, dezembro 29, 2006

Tangolete

Os Novos Baianos

Composição: Indisponível

este copo já não é pra ela
dela a tatuagem no meu peito
o meu peito é uma varanda
onde o tempo já nao anda

garçom, faça um favor
traga outro trago
e os bêbados, calem a boca!
não quero rimas de amor
e os bêbados, calem a boca!
não quero rimas de amor
esta mesa, este bar já me ensiaram a dormir e a acordar

domingo, dezembro 17, 2006

Conta aquela do papagaio...

Piada interna e sem-graça compartilhada com terceiros, sobre travesseiros e edredon com inscrições japonesas, super na moda.. Piada sem-graça, comentada uma ou duas vezes por ano, enquanto se amassam e pensam amar... Piada sem-graça e interna, aproveitada num quarto bagunçado, com camisinhas no armário, prevenção, ou sei lá. Piadas sem-graça sobre outras pessoas, que dizem o que pensam... Piadas sobre o que ele fala de cheiros, como alguém pode falar uma coisa dessas, coitado... Piadas sem-graça sobre o que ele falou de 3 dias, piadas contadas, como eles gostam de dizer "com um ar superior", superior em que? Piadas sobre um e-mail mandado, uns poemas escritos, uns textos desconexos, uma confusão que envolve musica pretenciosa, filmes ditados, pipoca e emoticons... Piadas sem-graça sobre momentos pessoais de terceiros, confusão de terceiros, falas de terceiros...

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Vontade de voltar

Vontade de voltar,
vontade de voltar e guiar aquele menino desamparado.
Desamparado, não dos pais e nem da grande parentela.
Desamparado no que temos de mais infantilmente desamparado.
Desamparado diante das sevícias do dia.
Isto de cortar-se nas cercas,
rolava escada abaixo.
Despencar dos galhos,
assustar-se com os sacis.
O culto atrás da porta.
Entregar-se ao sono,
enquanto os escorpiões passeiam sobre
a fronha e lhe ameaçam os sonhos.
Vontade de voltar e proteger aquele menino.
Encalto menino.
Dando afetos a insetos e felinos.
Caminhando desatento ao vento.
Seguindo a sua trilha na neblina.



(Não lembro de quem é, mas fazia tanto sentido na época e ainda faz..)

terça-feira, dezembro 12, 2006

Titulo? Se aproxima de "Balanço", mas só nas beradas...

"Pensar na vida mata" já dizia alguém com razão. Se eu pudesse somente ouvir as musicas(dos outros) sem pensar nos "E se.." seria tão bom. Seria tão bom, dizer com certeza que apartir deste ponto(apontando um ponto) é a realidade e apartir deste outro(apontando outro ponto) é o sonho. Sonho, não no sentido rosa da palavra, mas mais no sentido vermelho, o sentido da tolice. Alguém me fez saber que eu imagino muito, sou muito imaginativo. Agora eu comecei a pensar até que ponto o nosso desejo modifica nossa forma de ver o mundo. O que eu vejo, é o que vejo, ou é uma sombra da realidade, distorcida pelo que eu quero? Só vejo o que quero? Não sei, vou supor que sim só para continuar escrevendo. Como se acorda um sonambulo sem lhe causar mal? Eu queria ter poderes, não mágicos, eu queria saber agir direito, ir atrás do que quero, e não apenas olhar o que quero, mas a vida é tão estranha. (Pensar na vida mata) A vida é estranha ou eu? Vou falar eu, só para continuar escrevendo. Eu nunca falo com quem eu gosto (isto é um sinal). Queria mudar isso. Não sei, porque que eu penso não ser merecedor de certas coisas(boas)? Eu tenho direitos, alguns poucos, mas tenho("O homem pensa muito no pouco que lhe falta e pensa pouco no muito que tem" W. Shakeaspere), fazer o que, sou só um ser humano? Eu erro tanto, comigo principalmente, eu tomo tanto cuidado em não ferir os outros, mas eu sempre ponho o que quero em segundo plano, e me sinto culpado por querer algo. Mal cristão, deve ser isso, eu devo ter entendido tudo errado. O meu Deus de amor não é tão vivo, porque eu desejo que ele acompanhe os outros? Fará meu Deus parte das más companhias? (Agora me sinto culpado por duvidar de Deus, e repito mentalmente a palavra "Desculpa", sim, eu entendo as coisas errado..) Tá, o problema não é Deus(tentando me redimir), falemos mais sobre mim, agora tá tocando uma musica que eu não conheço, mas que eu conheço, sabe aquele tipo de música que você realmente sabe do que se trata? Pois é, será que eu que sei ou todas as musicas falam das mesmas coisas? Ou será que eu ouço o que quero ouvir também? Falarei que sim, só para continuar escrevendo. Um outro poder que eu queria ter, esse sim mágico, ou será uma questão dá física das energias? Enfim, queria captar quando as pessoas pensam em mim. Mas pensando bem eu preferia que fosse uma questão de fisica, ai como um rádio eu sintonizaria para receber apenas de uma estação. Será que daria sinal? Não sei, me fizeram pensar que sim, que na verdade a estação já tá enviando sinais faz tempo, mas eu que não tenho antena... Ah mudemos de assunto. Nossa, já é fim de ano, que época feliz, de mudanças(algumas coisas eu queria conservar, mas não sei como... Tem coisas que estão acima do nosso controle, como crescer, como pensar, como amar, por mais que controlemos, isso apenas "é", com ou sem ajuda, apenas "é"). Eu queria ter todas as respostas. Pensando bem eu queria era não ter resposta alguma. Queria um silencio de paz. Um vazio mental. Um vazio emocional. Não sei o que quero. Não sei escrever. Ligo uma idéia a outra... Nossa a musica de agora eu conheço... É Cazuza... nossa... que musica linda "As oportunidades de felicidade são egoistas meu amor... Viver a liberdade, amar de verdade, só se for a dois.." As oportunidades de felicidade são egoistas meu amor? São. Oh ai uma resposta que não queria ter. O meu mal cristão me bloqueia para algumas coisas, não devo ser egoista(As oportunidades de felicidade são egoistas meu amor), como serei feliz? Como serei feliz sem ser egoista? Não vou dizer nada, só pra parar de escrever.

PS: Contem erros ortográficos, eu acho...

In My Life
The Beatles

Composição: John Lennon e Paul Mc Cartney

There are places I remember all my life,
Though some have changed,
Some forever, not for better,
Some have gone and some remain.

All these places had their moments
With lovers and friends I still can recall.
Some are dead and some are living.
In my life I've loved them all.

But of all these friends and lovers,
There is no one compares with you,
And these memories lose their meaning
When I think of love as something new.

Though I know I'll never lose affection
For people and things that went before,
I know I'll often stop and think about them,
In my life I'll love you more.

Though I know I'll never lose affection
For people and things that went before,
I know I'll often stop and think about them,
In my life I'll love you more.
In my life I'll love you more.

domingo, dezembro 10, 2006

Sinal Fechado

Elis Regina
Composição: Paulinho da Viola

-Olá como vai?
-Eu vou indo, correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você?
-Tudo bem, eu vou indo
Em busca de um sonho tranqüilo
-Quem sabe, quanto tempo
-Pois, é quanto tempo
-Me perdoe a pressa, é a alma
Dos nossos negócios
-Oh, não tem de quê, eu também
Só ando a cem
-Quando é que você telefona?
Precisamos nos ver por aí
-Pra semana, prometo, talvez nos vejamos
-Quem sabe, quanto tempo
-Pois, é quanto tempo
-Tanta coisa que eu tinha a dizer,
Mas eu sumi na poeira das ruas
-Eu também tenho algo a dizer,
Mas me foge a lembrança
-Por favor, telefone, eu preciso beber
Alguma coisa, rapidamente
-Pra semana
-O sinal
-Eu procuro você
-Vai abrir, vai abrir
-Prometo
-Não esqueça, por favor, não esqueça
Não esqueça, não esqueça... adeus

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Quando Tornar a Vir a Primavera

Alberto Caeiro


Quando tornar a vir a Primavera
Talvez já não me encontre no mundo.
Gostava agora de poder julgar que a Primavera é gente
Para poder supor que ela choraria,
Vendo que perdera o seu único amigo.
Mas a Primavera nem sequer é uma cousa:
É uma maneira de dizer.
Nem mesmo as flores tornam, ou as folhas verdes.
Há novas flores, novas folhas verdes.
Há outros dias suaves.
Nada torna, nada se repete, porque tudo é real.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Talvez eu seja só um tonto.
Talvez eu seja só um louco delirante.
Talvez eu dê muito valor ao que não tem valor algum.
Acontece.

Talvez eu vá tentar qualquer coisa em qualquer lugar.
Talvez eu vá deletar coisas.
Talvez eu pare de ir onde não devo.
Talvez eu pare de ver o que não devo.
Talvez eu pare de abrir correspondencias alheias,
e como um louco delirante pare de achar que são para mim.
Acontece.

Talvez eu refaça Estilistca, e reaprenda metáforas.
Hiperboles. E assonancias.
Ou talvez eu continue frequentando uma religião.
E toda vez que meu pensamento cair eu reze.
Talvez aconteça.

Talvez aconteça de algumas coisas acabarem bem.

Talvez acabem os recados. Que recados?
Ah...


PS: Vamos mudar de assunto? Eu começo..