quinta-feira, março 25, 2010

Nesse momento me interessa a dúvida.
Percepção ou realidade?
Aceito.
Olhares verdes que já tive um dia.
Um dia em que também fui criança.
Olhar verde. Verde e inocente.

Há! Mas seus olhos são castanhos.
Castanho castanha,
castanho criança,
castanho divida.

Eu também já fui criança,
também já dei meu olhar,
também já dei o que de inocente eu tinha.

Mas não, você me engana.
Eu me engano. Eu engano.
Não houve inocência, não há inocência.
Percepção ou realidade? Percepção e realidade?

Para de me olhar! Para de se entregar!
Tão cedo, tão tarde. Cedo.
Não estrague o tudo enquanto acho que você é inocente.
Não me torne o inocênte.

quarta-feira, março 03, 2010

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- Uma vez... - traga o cigarro.
- Você não deveria fumar..
- Uma vez... Um cara me disse que eu deveria ser mal educado para ganhar um pouco de respeito.
- Não sei, as vezes frases de efeito são só frases de efeito.
- Você discorda então?
- Você nunca foi mal educado comigo e eu te respeito.
- Ah... Mas a questão não é ser respeitado, é ser respeitado por quem a gente quer o respeito...
- Entendo.

Se vestiu e foi embora.

Pega a minha mão,
pega o meu peito,
pega o meu pint,
pega o meu cheiro,
pega o meu pelo,
pega a minha pele,
pega e não larga.

Pega o meu ar,
pega o meu suspiro,
pega o meu segredo,
pega o meu destino,
pega o meu arbitrio,
pega o meu joie de vivre,
pega e não larga.

Pega o meu sal,
pega o meu suor,
pega o meu sangrar as vezes,
pega os meus dentes,
pega os meus labios,
pega o meu arrepio,
pega a minha solidão,
pega e não larga.

Pega, peque, peça,
ou nem peça, só pega, pega tudo,
e não larga.

Eu largo.