sexta-feira, março 25, 2005

Agora o Antonio Voa

Agora o Antonio Voa
por conta própria
o que você acha Antonio
Os sonhos vão se tornar realidade?
ele voa pelo céu
e o céu se pendura
como um colar
em volta do pescoço

é muito preto e muito escuro
entre o sol e a lua

Agora Antonio Voa...

então ele mija na escuridão
e a escuridão
se torna luz

Agora Antonio Voa...

então ele ganhou o primeiro bejo
o primeiro beijo!
de língua!
a língua...parecia...
um motor, uau!

Oh, Agora o Antonio Voa..
(Musica da Björk...)


Nossa. Eu estava pensando em tudo o que me aconteceu nestes dias e no quanto de responsabilidade que eu senti cair sobre mim, a minha mãe falou que eu vou amadurecer uns dez anos agora, mas só me vem na cabeça que eu vou virar um chato. A terapia, que eu gostava e me ajudava, eu vou ter que parar, o tempo que antes corria livre por mim eu vou ter que dar um geito de agarrar, agora eu vou ter um relativo dinheiro, mas não vou ter como gastar, e eu também não sou muito ligado na idéia de dinheiro, porque eu sou da seguinte mentalidade, o que eu nunca tive não me faz falta e eu sou feliz sem isso, mas se algo que eu tenho me for tirado, dai eu fico numa imensa depressão, e eu acho que é isso que vai acontecer com o dinheiro, eu vou começar a dar mais importância para ele e vou me deixar cair no que os economistas chamam de gaiola dos ratos, uma situação simples onde você se casa, tem filhos, compra uma casa a prestação e um carro, e fica a vida inteira sentindo a importância do dinheiro, mas não o tendo realmente, sei lá, dai eu também penso que para se conseguir uma felicidade relativa nós temos que nos sujeitar pelo menos um pouco, mas dai tudo o que eu mudei em mim luta contra essa idéia, que eu sei que é falsa, mas dai de novo sei lá, dai eu penso que se eu conseguir me sujeitar mas tendo um pensamento desapegado disso, isso não me fará sofrer, mas dai de novo sei lá. Sei lá, acho que hoje eu não estou conseguindo ligar as idéias.

sexta-feira, março 18, 2005

Uma noite e meia com Jung

Já não posso ficar acordado, forças me empurram para um pesado sono, onde os sonhos são puros e belos como um filme em preto e branco, às vezes, mas só às vezes coloridos, onde meu cão sem patas e sem cabeça sorri e eu tenho o poder e a decisão sobre a continuidade ou não de sua vida, algo me diz que no fundo no fundo se eu deixar ele viver novas patas e uma nova cabeça nascerá e ele poderá correr livre para seus sonhos e amores sem o peso de sua antiga cabeça suja e ultrapassada (velha), coitado, cada ano seu é dez nossos, eu entendo, mas para que deixar ele viver se sua vida é literalmente “uma morte em vida”? Coitado, tudo lhe dói, mas eu sei, ele me contou, o carro que decepou suas patas não cortou realmente suas patas, o carro que decepou sua cabeça não decepou realmente sua cabeça, antes, muito antes, talvez a partir de seu nascimento a vida vem pouco a pouco decepando seus membros e sua cabeça, para que deixar ele viver? Isso tudo parece tão familiar, sim, é familiar, terá sido eu quem decepou suas patas e sua cabeça? Para que fazer perguntas da qual eu já sei a resposta? Para que fazer perguntas que eu tenho medo de responder?

sábado, março 12, 2005

Momento semanal

É... O encanto inicial passou, mas ficou o que eu considero mais importante, agora não mais vejo meu objeto de desejo como algo único no mundo, mas vejo sim como uma das mil e uma possibilidades que a vida dá. Talvez o que no momento eu veja como uma possibilidade não passará nunca disso, uma possibilidade, mas idai? Quanto mais eu tentar mais curto ficará o caminho para a pessoa certa, se é que há uma pessoa certa, se é que há uma pessoa certa numa mesma vida. As vezes eu penso que uma perte de mim nunca nasceu.

Recorte e colagem de um diálogo
Ambiente: uma mente perturbada aos quinze anos.
Personagens:
-Consciência: criatura verdadeira pseudosábia que sempre dá os conselhos pseudocertos.
-Garoto romântico: criatura que vive tudo nas idéias, mas que provavelmente nunca conseguirá o que quer.

1º Ato - Ato Único
Consciência (Atrevida): - Você já beijou alguém?
Garoto romântico (Sem graça): - Não. Eu nunca amei ninguém.
Consciência (Perplexa): - O que beijar tem a ver com amar? Beijar você beija quando dá vontade, se for bom você continua, se não, não.
Garoto romântico (Suspirando): - Então eu nunca tive vontade!

*Escutando e respirando - There is a light that never goes out - The Smiths.*

domingo, março 06, 2005

All is full of love

O amor lhe será dado
você será bem cuidado
O amor lhe será dado
você tem que confiar nisto

talvez não pelas fontes
onde você os derramou...

talvez não pelos caminhos
que você está fitando...

vire sua cabeça
tudo está ao redor de você
tudo está cheio de amor
em volta de você
tudo está cheio de amor
você apenas não absorve

tudo está cheio de amor
seu telefone está fora do gancho
tudo está cheio de amor
suas portas estão todas fechadas
tudo está cheio de amor