quinta-feira, janeiro 05, 2006

Porque?

Me guie por favor.
Me mostre o caminho.
O caminho que vai de mim até você.
Eu já cansei de procurar,
você existe mesmo?

Se você existe, você existe
na dança, no suor, no momento,
no calor, nos palavrões, nos convites,
nos olhares, nas mãos na boca,
nas costas, nos pingos das chuvas,
nas prostitutas, no meu não entender,
no meu não te conhecer, em mim.

Você existe em mim, e fora de mim.

Você existe em mim,
sem nunca ter me tocado,
sem nunca ter me encontrado,
e existe fora de mim,
sem nunca ter me deixado.
Você é um paradoxo,
o meu paradoxo.

Escrevo porque não te conheço.
Escrevo porque te tenho não tendo.
Nem eu me entendo.
Escrevo porquê em cada palavra,
um dos véus cai, e uma parte,
mesmo que minuscula sua,
se mostra, e eu por um momento
te vejo, mesmo que nunca veja.
Por um momento te tenho, mesmo
que nunca tenha.
Por um momento você
diz que me ama,
mesmo sendo muda,
e mesmo eu sendo surdo.
E nos entendemos.

Por isso escrevo:
por não te ter realmente.
Por isso escrevo:
por não querer escrever.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Novo de novo?

Bom, vou tentar... O lápis insiste em quebrar a ponta, eu sempre o aperto demais contra o papel, mas eu tenho pressa. Tenho pressa de tentar escrever o que sinto, o que parece me sufocar tentando sair, sabe? Parece que eu engoli uma bola de futebol e ela está tentando voltar, só que em palavras, em palavras que não são palavras, são sensa(ções/timentos) que eu sinto serem melhores como palavras, não sei, preciso. E tenho pressa. Alguém está me esperando em algum lugar, e entre me arrumar e sair eu preciso descobrir quem é. Estou cansado de dizer boa noite a todos e bom fim de semana a quem eu quero dizer: Tenha uma semana comigo. E ponto final. E final. Será que bastam olhares? Não, não bastam. Basta dizer que gosta de mim? Não, preciso de provas, mas minhas provas não são muitas, preciso que você se importe, se tiver que fingir finja, eu entendo. Eu preciso que você fale comigo de verdade e não através de uma máquina tola, eu sei que provávelmente você não sente o que eu sinto, que provavelmente eu estou me enganando, eu sei, mas eu preciso de alguma coisa pra querer mais do que o nada. Eu preciso.

* Tá bom, eu relutei e relutei, mas não teve como: comprei o cd da Mariah... *
* Ouvindo a faixa 14: Fly like a bird...*