sexta-feira, dezembro 29, 2006

Tangolete

Os Novos Baianos

Composição: Indisponível

este copo já não é pra ela
dela a tatuagem no meu peito
o meu peito é uma varanda
onde o tempo já nao anda

garçom, faça um favor
traga outro trago
e os bêbados, calem a boca!
não quero rimas de amor
e os bêbados, calem a boca!
não quero rimas de amor
esta mesa, este bar já me ensiaram a dormir e a acordar

domingo, dezembro 17, 2006

Conta aquela do papagaio...

Piada interna e sem-graça compartilhada com terceiros, sobre travesseiros e edredon com inscrições japonesas, super na moda.. Piada sem-graça, comentada uma ou duas vezes por ano, enquanto se amassam e pensam amar... Piada sem-graça e interna, aproveitada num quarto bagunçado, com camisinhas no armário, prevenção, ou sei lá. Piadas sem-graça sobre outras pessoas, que dizem o que pensam... Piadas sobre o que ele fala de cheiros, como alguém pode falar uma coisa dessas, coitado... Piadas sem-graça sobre o que ele falou de 3 dias, piadas contadas, como eles gostam de dizer "com um ar superior", superior em que? Piadas sobre um e-mail mandado, uns poemas escritos, uns textos desconexos, uma confusão que envolve musica pretenciosa, filmes ditados, pipoca e emoticons... Piadas sem-graça sobre momentos pessoais de terceiros, confusão de terceiros, falas de terceiros...

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Vontade de voltar

Vontade de voltar,
vontade de voltar e guiar aquele menino desamparado.
Desamparado, não dos pais e nem da grande parentela.
Desamparado no que temos de mais infantilmente desamparado.
Desamparado diante das sevícias do dia.
Isto de cortar-se nas cercas,
rolava escada abaixo.
Despencar dos galhos,
assustar-se com os sacis.
O culto atrás da porta.
Entregar-se ao sono,
enquanto os escorpiões passeiam sobre
a fronha e lhe ameaçam os sonhos.
Vontade de voltar e proteger aquele menino.
Encalto menino.
Dando afetos a insetos e felinos.
Caminhando desatento ao vento.
Seguindo a sua trilha na neblina.



(Não lembro de quem é, mas fazia tanto sentido na época e ainda faz..)

terça-feira, dezembro 12, 2006

Titulo? Se aproxima de "Balanço", mas só nas beradas...

"Pensar na vida mata" já dizia alguém com razão. Se eu pudesse somente ouvir as musicas(dos outros) sem pensar nos "E se.." seria tão bom. Seria tão bom, dizer com certeza que apartir deste ponto(apontando um ponto) é a realidade e apartir deste outro(apontando outro ponto) é o sonho. Sonho, não no sentido rosa da palavra, mas mais no sentido vermelho, o sentido da tolice. Alguém me fez saber que eu imagino muito, sou muito imaginativo. Agora eu comecei a pensar até que ponto o nosso desejo modifica nossa forma de ver o mundo. O que eu vejo, é o que vejo, ou é uma sombra da realidade, distorcida pelo que eu quero? Só vejo o que quero? Não sei, vou supor que sim só para continuar escrevendo. Como se acorda um sonambulo sem lhe causar mal? Eu queria ter poderes, não mágicos, eu queria saber agir direito, ir atrás do que quero, e não apenas olhar o que quero, mas a vida é tão estranha. (Pensar na vida mata) A vida é estranha ou eu? Vou falar eu, só para continuar escrevendo. Eu nunca falo com quem eu gosto (isto é um sinal). Queria mudar isso. Não sei, porque que eu penso não ser merecedor de certas coisas(boas)? Eu tenho direitos, alguns poucos, mas tenho("O homem pensa muito no pouco que lhe falta e pensa pouco no muito que tem" W. Shakeaspere), fazer o que, sou só um ser humano? Eu erro tanto, comigo principalmente, eu tomo tanto cuidado em não ferir os outros, mas eu sempre ponho o que quero em segundo plano, e me sinto culpado por querer algo. Mal cristão, deve ser isso, eu devo ter entendido tudo errado. O meu Deus de amor não é tão vivo, porque eu desejo que ele acompanhe os outros? Fará meu Deus parte das más companhias? (Agora me sinto culpado por duvidar de Deus, e repito mentalmente a palavra "Desculpa", sim, eu entendo as coisas errado..) Tá, o problema não é Deus(tentando me redimir), falemos mais sobre mim, agora tá tocando uma musica que eu não conheço, mas que eu conheço, sabe aquele tipo de música que você realmente sabe do que se trata? Pois é, será que eu que sei ou todas as musicas falam das mesmas coisas? Ou será que eu ouço o que quero ouvir também? Falarei que sim, só para continuar escrevendo. Um outro poder que eu queria ter, esse sim mágico, ou será uma questão dá física das energias? Enfim, queria captar quando as pessoas pensam em mim. Mas pensando bem eu preferia que fosse uma questão de fisica, ai como um rádio eu sintonizaria para receber apenas de uma estação. Será que daria sinal? Não sei, me fizeram pensar que sim, que na verdade a estação já tá enviando sinais faz tempo, mas eu que não tenho antena... Ah mudemos de assunto. Nossa, já é fim de ano, que época feliz, de mudanças(algumas coisas eu queria conservar, mas não sei como... Tem coisas que estão acima do nosso controle, como crescer, como pensar, como amar, por mais que controlemos, isso apenas "é", com ou sem ajuda, apenas "é"). Eu queria ter todas as respostas. Pensando bem eu queria era não ter resposta alguma. Queria um silencio de paz. Um vazio mental. Um vazio emocional. Não sei o que quero. Não sei escrever. Ligo uma idéia a outra... Nossa a musica de agora eu conheço... É Cazuza... nossa... que musica linda "As oportunidades de felicidade são egoistas meu amor... Viver a liberdade, amar de verdade, só se for a dois.." As oportunidades de felicidade são egoistas meu amor? São. Oh ai uma resposta que não queria ter. O meu mal cristão me bloqueia para algumas coisas, não devo ser egoista(As oportunidades de felicidade são egoistas meu amor), como serei feliz? Como serei feliz sem ser egoista? Não vou dizer nada, só pra parar de escrever.

PS: Contem erros ortográficos, eu acho...

In My Life
The Beatles

Composição: John Lennon e Paul Mc Cartney

There are places I remember all my life,
Though some have changed,
Some forever, not for better,
Some have gone and some remain.

All these places had their moments
With lovers and friends I still can recall.
Some are dead and some are living.
In my life I've loved them all.

But of all these friends and lovers,
There is no one compares with you,
And these memories lose their meaning
When I think of love as something new.

Though I know I'll never lose affection
For people and things that went before,
I know I'll often stop and think about them,
In my life I'll love you more.

Though I know I'll never lose affection
For people and things that went before,
I know I'll often stop and think about them,
In my life I'll love you more.
In my life I'll love you more.

domingo, dezembro 10, 2006

Sinal Fechado

Elis Regina
Composição: Paulinho da Viola

-Olá como vai?
-Eu vou indo, correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você?
-Tudo bem, eu vou indo
Em busca de um sonho tranqüilo
-Quem sabe, quanto tempo
-Pois, é quanto tempo
-Me perdoe a pressa, é a alma
Dos nossos negócios
-Oh, não tem de quê, eu também
Só ando a cem
-Quando é que você telefona?
Precisamos nos ver por aí
-Pra semana, prometo, talvez nos vejamos
-Quem sabe, quanto tempo
-Pois, é quanto tempo
-Tanta coisa que eu tinha a dizer,
Mas eu sumi na poeira das ruas
-Eu também tenho algo a dizer,
Mas me foge a lembrança
-Por favor, telefone, eu preciso beber
Alguma coisa, rapidamente
-Pra semana
-O sinal
-Eu procuro você
-Vai abrir, vai abrir
-Prometo
-Não esqueça, por favor, não esqueça
Não esqueça, não esqueça... adeus

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Quando Tornar a Vir a Primavera

Alberto Caeiro


Quando tornar a vir a Primavera
Talvez já não me encontre no mundo.
Gostava agora de poder julgar que a Primavera é gente
Para poder supor que ela choraria,
Vendo que perdera o seu único amigo.
Mas a Primavera nem sequer é uma cousa:
É uma maneira de dizer.
Nem mesmo as flores tornam, ou as folhas verdes.
Há novas flores, novas folhas verdes.
Há outros dias suaves.
Nada torna, nada se repete, porque tudo é real.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Talvez eu seja só um tonto.
Talvez eu seja só um louco delirante.
Talvez eu dê muito valor ao que não tem valor algum.
Acontece.

Talvez eu vá tentar qualquer coisa em qualquer lugar.
Talvez eu vá deletar coisas.
Talvez eu pare de ir onde não devo.
Talvez eu pare de ver o que não devo.
Talvez eu pare de abrir correspondencias alheias,
e como um louco delirante pare de achar que são para mim.
Acontece.

Talvez eu refaça Estilistca, e reaprenda metáforas.
Hiperboles. E assonancias.
Ou talvez eu continue frequentando uma religião.
E toda vez que meu pensamento cair eu reze.
Talvez aconteça.

Talvez aconteça de algumas coisas acabarem bem.

Talvez acabem os recados. Que recados?
Ah...


PS: Vamos mudar de assunto? Eu começo..

segunda-feira, novembro 20, 2006

Eu podia ter dito oi. Você poderia ter dito oi. Podiamos ter nos cumprimentado com um aperto gentil de mãos. Podiamos ter conversado sobre algo. O mesmo de sempre. Um filme novo, sim, o novo do Almodovar. Conversariamos sobre isso. Muito. Você me diria que assistiu ou que não assistiu. Eu diria que não assisti. Você me diria que provavelmente é bom. Eu concordaria. Você me daria exemplos. Me falaria sobre cinema espanhol. Eu ouviria extasiado. Falaria algumas bobagens sobre os dois ou três filmes que assisti do genero. Você me olharia de um jeito, não sei dizer o jeito, mas é o jeito que você olha. Eu olharia de um jeito. Talvez quando você fosse embora eu fosse junto. Conversariamos por um curto caminho de duas quadras. Você me falaria da faculdade, me olhando do seu jeito. Eu falaria o mesmo. Eu sentiria o seu cheiro no ar. Não sei se você sentiria o meu. Eu poderia ter esquecido que você já tinha alguém e podia ter te agarrado. Você poderia ter esquecido que tem alguém e poderia ter aceitado. Podiamos ter nos beijado. Podia ter sido bom. Podiamos ter continuado. Podiamos ter ido na sua casa. Podiamos ter feito sexo. Sim, podiamos. O sexo podia ser bom. Não sei como você se sentiu das outras vezes. Eu podia tentar coisas novas. Pensei tanto sobre. Podia ter tentado te dominar ao invés de ser dominado. Podia não dormir na sua casa e ir embora logo depois. Não sei que impacto isso teria. Mas não conseguiria dormir ao seu lado. Não por um ressentimento ou porque eu me lembraria que você tem alguém. Mas porque eu não sentiria sono na sua cama. E sentiria vontade de dormir na minha. Isso poderia ter acontecido. E eu poderia sonhar com você. Ou não. Eu poderia simplesmente dormir. No outro dia eu te esperaria dizer algo, que indicasse uma continuação ou não. Você não me diria. Eu não entenderia. No outro dia eu te esperaria dizer algo. Você não diria. No outro dia eu esperaria. Você não diria. Mas eu entenderia. Entenderia de forma negativa, tudo de subentendido eu entendo de forma negativa. Poderia então tentar esquecer. E quase consiguiria. Mas provavelmente poderia haver outro encontro em que tudo aconteceria de novo. Ou não.

sexta-feira, novembro 17, 2006

AiAi... que momento nostalgico... estava eu andando por um blog antiquissimo(www.canecas.blogger.com) que era do povo do cti, e vi esse post engraçadissimo de uma brincadeira que faziamos na aula, a brincadeira é a seguinte: primeiro vc abre um circulo no meio da aula chata e ignora o resto da sala, depois vc separava um papel, ai cada pessoa tinha que inventar um pedaço de uma história e escrever no papel, e dobra-lo, deixando visivel apenas 3 (ou um outro numero qqr) palavras, ai a outra pessoa tinha q se virar com essas 3 palavras para dar continuidade ao texto... Enfim... me deu saudade e eu resolvi postar.

"Sabem aquelas histórias das aulas de contabilidade e história? Então... aqui estão:

História 1
Era uma vez, a muito tempo atrás, uma cidadezinha campestre .
E naquele lugar tão mágico existia uma bruxa muito máscula chamada Lucky, que vivia com a pobre camponesa Maxaylla, que ia todos os dias ao campo buscar lenha. Mas o que ela não sabia era que existiam, naquele lugar, lenhas mágicas que ajudavam a realizar sonhos!
Assim, ela queimou a lenha e pediu um desejo! QUERO UM PATINETE!
Pela cara de dó que fez, seu pedido foi concedido e ganhou um patinete para andar na rua dos bizarros. Porém, para seu azar, caiu na frente de uns estudantes que tinham bordado no peito ¿CTI¿ e que riam e apontavam, fazendo com que chorasse e xingasse.
Ela xingou eles de vários nomes feios, principalmente os que ela havia aprendido em casa, pois ela vinha de uma família desestruturada, onde a mãe era viciada em analgésicos e a irmã em laxantes.
E volta e meia ela fazia showzinhos em cabarés próximos a sua casa, atraindo dezenas de senhores. Hum... os frutos do seu trabalho estavam rendendo...
Então o Bafo foi na loja da Mila e Dãn e comprou mais um macacãozinho. Mas a vendedora, desconfiando que ele não tinha dinheiro o expulsou a ponta pés e ele ficou louco e passou anos e anos vagando por toda a eternidade.


História 2
Puxa, nem acreditei quando aquela imensa massa gorda entrou na sala gritando aquelas palavras de baixo calão, que eu nem tenho coragem de repetir . E aquele amor crescia e crescia mesmo nessas circunstâncias desastrosas... Ás vezes as pessoas são felizes e não sabem.
Mas a felicidade durou pouco, pois ela assistiu uma fita, viu um poço e recebeu o telefonema: ¿SEVEN DAYS¿. Ela pegou o cano e saiu em disparada, mas, como não sabia dirigir, foi direto para o poste, TCHIBUM!:
- Esse poste que entrou na minha frente!
Mas é claro! Isso que dá beber sem parar... Essas pessoas bêbadas irresponsáveis...
Enquanto isso, todas as bêbadas estavam histéricas pois alguém colocou um pó em suas bebidas. O suspeito fugiu de bicicleta e pegou o primeiro patinete que viu, fugindo com o Bafo na garupa , saindo com o cabelo e o macacãozinho ao vento.
E então surgiu o Tirulito (ou Pirulito), todo risonho e saltitante a balançar o seu rabinho colorido de palhaço. Com o seu rabinho de palhaço conquistou multidões e levou alegria para todas as nações . Todo vestido de pirulito apelidou-se de Pipi.
Mas com o tempo o palhaço foi crescendo e ¿pipi¿ não era mais conveniente para ser usado como apelido. Então a família acostumou-se a chama-lo de urina.
Urina tornou-se uma boa garota, aprendeu todos os truques, mas o Bafo sentiu ciúmes e tentou mata-la a mordidas...
Foi quando o grande Bolinha surgiu de moto trazendo Bolão, seu fiel escudeiro, para se meter na briga. Ele tinha uma capa rosa, linda, reluzente. Uma maravilha do sol! A Max ficou mordida de inveja...
Tentando chamar atenção, Lucky tomou seu banho com a janela aberta, mas agora estava mais provocante do que nunca...!
E todos os outros ( Max, Bafo, Bolão e Tirulito) pararam de brigar e foram dar uma espiada na deusa grega da rua. E espiaram até altas horas da noite até serem atropelados pelo ônibus do cobrador chato e mal-humorado.


Criadores: Juan, Gni, Iuiu, Midjuka e Xzu. Acho que nessa mesma ordem, ou não?

por gni "

sexta-feira, novembro 10, 2006

Predica dionisíaca a juventude

"... a descoberta do tempo enquanto mastiga os dentes. A lenta degradação do marfim, amarelidão roendo a alvura original. Os sentidos consumindo toda vontade... tudo gastando e se amiudando. O tutano atrofiando.
É morrendo que se percebe estar vivo. O apodrecimento é a evidencia incontestavel da vida.
A inteligencia quer libertar-se da ingenuidade que adulteramos na forma de pureza.
... ha algum tempo um santo deixou a verdade corrompe-lo.
"Sou carne! Estou vivo! A mesma força constritora dos ossos é a razão de estar vivo. Satisfazei a vida!"
E então foi feliz de convicção sobre si mesmo... para todos os tempos feliz... para todos os tempos a empatia o arrebatou na embriagues que continuou vivendo em outros homens, nos seus erros e pecados que são a unica certeza sobre homens.
Dioniso! Morrendo no inverno e nascendo no verão"


Tirado daqui

quinta-feira, novembro 09, 2006

The fool

"No Tarô, o Louco corresponde tanto ao primeiro arcano da jornada, quanto ao último. Como coringa, num baralho comum, ele ocupa qualquer lugar. Podemos considerar o Louco um andarilho, aquele que percorre as 22 etapas do Tarô, buscando, em cada uma delas, o encontro consigo mesmo. Na esperança de uma vida livre, sem compromissos, ele não se apega a nada, vive o aqui e agora sem se preocupar com o futuro, sem se preocupar se vai ou não terminar o que começou, sem se preocupar com os prováveis perigos à sua frente... Tudo nele é espontâneo. Seus indomáveis impulsos fazem com que ele salte para o desconhecido ao iniciar sua grande jornada no Tarô.

E assim, despreocupadamente, ele segue o caminho que o levará, quem sabe, ao mais profundo dos abismos, ao mundo desconecido do seu inconsciente. Libertar-se dos preconceitos, dos valores estabelecidos, dos antigos padrões de comportamento, desapegar-se de tudo isso e viver a vida como ela é, de forma espontânea, despreocupada e verdadeira, tem sido o seu objetivo, se é que se pode dizer que ele tem algum. O Louco vive na ingenuidade, por isso, a cada momento, ele se depara com surpresas porque nada do que faz é previamente preparado.

Quantas vezes precisamos, em nossos caminhos, entregarmo-nos às coisas simples, bobas mesmo, mas que nos façam sentir uma alegria interior, aquela alegria infantil e difícil de conseguir, tão atrelados que estamos às nossas responsabilidades. Quando isso acontece, sentimo-nos leves e contentes, sabendo que, pelo menos de vez em quando conseguimos contatar de novo a nossa criança, aquela porção de nós que ficou no passado mas que grita interiormente por uam atenção.
Mensagem do Louco : solte a criança e sinta-se livre!

Plano espiritual - a inocência
Plano emocional - alegria
Plano material (trabalho e profissão) - trabalha a responsabilidade
Plano afetivo ( relacionamento com o outro) - desapego
Na saúde - buscar o equilíbrio físico, mental e emocional"

segunda-feira, novembro 06, 2006

Meu Canário

Marisa Monte

Composição: Marisa Monte

Pela primeira vez, eu chorei
Porque fui desprezado pelo meu amor
O meu barraco agora ficou desarrumado
O meu canário já não canta, com certeza se desgostou
Piu-piu, piu-piu, piu-piu,
Canta meu canarinho, para amenizar minha dor

Piu-piu

Quando é noite de lua, eu saio pra rua para meditar
O meu pinho faz tudo pra ver meu canário cantar
No soluçar do vento
No sussurro das folhagens
No gemido dos coqueiros
Pede a ele pra criar coragem
Nem assim o meu canário canta
E da minha garganta, um triste gemido sai

Ui-ui, ai-ai
Ui-ui, ai-ai

quarta-feira, outubro 25, 2006

O primeiro jornal
Elis regina

Composição: Sueli Costa e Abel Silva

Quero cantar pra você
Segunda-feira de manhã
Pelo seu rádio de pilha tão docemente
E te ajudar a encarar esse dia mais facilmente

Quero juntar minha voz matinal
Aos restos dos sons noturnos
E aos cheiros domingueiros que ainda boiam
Na casa e em você
Para que junto com o café e o pão se dê
O milagre de ouvir latir o coração
Ou quem sabe algum projeto, uma lembrança
Uma saudade à toa
Venha nascendo com o dia numa boa
E estar com você na primeira brasa do cigarro
No primeiro jorro da torneira
Nos primeiros aprontos de um guerreiro de manhã
Para que saias com alguma alegria bem normal
Que dure pelo menos até você comprar e ler

O primeiro jornal

segunda-feira, outubro 23, 2006

"Em volta dessa mesa velhos e moços lembrando o que já foi
Em volta dessa mesa existem outras falando tão igual
Em volta dessas mesas existe a rua vivendo o seu normal
Em volta dessa rua uma cidade sonhando seus metais
Em volta da cidade..."

Conversando no Bar - Milton Nascimento.

terça-feira, setembro 26, 2006

Aluguei um livro que eu sei que eu não lerei, de um assunto(pessoa) interessante, que uma pessoa(assunto) me fez querer ler, comprei um CD cuja minha vontade é adiantar as faixas e ir direto ao samba. Agora estou em casa, esperando alguém me ligar, para uma caminhada noturna(nunca ligou), mas ninguém me liga após as onze, ninguém me liga após as sete, ah, que se foda, ninguém me liga. Ninguém me liga, me dando motivos para escovar os dentes, trocar a roupa, a roupa de cama, guardar os objetos guardáveis. Ninguém me liga para me contar uma novidade(me chamar para tomar cerveja), perguntar como vou(me chamar para tomar cerveja). É segunda-feira, 23h13... Tarde? Ah... Eu podia ir sozinho. Me entregar ao meu prazer alcólatra, contar algum drama, desconhecudi agora sóbrio, a um desconhecido não sóbrio. Podia ir até ali, a duas quadras de casa, não vou porque não quero, mesmo querendo muito. Há um fogo dentro de mim, dizendo: "Chega de pensar, alimente seus básicos instintos.", há um fogo dentro de mim, dizendo que eu devo pegar o cigarro, que aprendi a fumar com pessoas de nomes comuns, e fumar tudo, no bar, que tem aqui, a duas quadras, e que talvez, a solidão parecerá algo nobre, exótico, um tanto quanto cult, dependendo é lógico da direção em que minha mão segura o cigarro, ao mesmo tempo que apoia o meu queixo, e se opõe a direção dos meus olhos, que olharão o horizonte. Se fizer certo, serei querido por desconhecidos, inexistentes, já que meu saber não os alcança. Agora são 23h21, enquanto decido o velho que fica no bar coloca cadeira sobre cadeira e olha com um olhar efuzivo, queimante os grupos ali sentados, bebendo e fumando. Sim, eu podia estar lá, talvez eu até encontrasse aquela menina que estudou comigo, e que sempre quando me vê é num momento solitário e bebado, ela me cumprimentaria alegremente e sairia pensando "nossa, ele mudou", num misto de pena e orgulho por eu a ter superado em assuntos etílicos. Eu podia ir para lá, largar esse caderno e arranjar uma história de verdade, podia, pois não quero dormir, não quero adiantar o CD, mesmo querendo, mesmo querendo muito. Não sei me explicar, há algo dentro de mim, sabe aquilo que sentimos sozinhos, que nos faz deitar no chão frio, ouvindo aquela musica, dramática, nos encolhendo cada vez mais, e mais, querendo impludir, se fechar e não sentir mais nada, quando você mais quer é chorar e nem uma lágrima cai, e isto ainda te deixa com mais raiva de você, por ser permissivo, ou do mundo, por não ser cruel o suficiente? Sabem? Não sabem? Ai droga... É só comigo. E tudo isso porque eu quero uma cerveja(?).

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Porque?

Me guie por favor.
Me mostre o caminho.
O caminho que vai de mim até você.
Eu já cansei de procurar,
você existe mesmo?

Se você existe, você existe
na dança, no suor, no momento,
no calor, nos palavrões, nos convites,
nos olhares, nas mãos na boca,
nas costas, nos pingos das chuvas,
nas prostitutas, no meu não entender,
no meu não te conhecer, em mim.

Você existe em mim, e fora de mim.

Você existe em mim,
sem nunca ter me tocado,
sem nunca ter me encontrado,
e existe fora de mim,
sem nunca ter me deixado.
Você é um paradoxo,
o meu paradoxo.

Escrevo porque não te conheço.
Escrevo porque te tenho não tendo.
Nem eu me entendo.
Escrevo porquê em cada palavra,
um dos véus cai, e uma parte,
mesmo que minuscula sua,
se mostra, e eu por um momento
te vejo, mesmo que nunca veja.
Por um momento te tenho, mesmo
que nunca tenha.
Por um momento você
diz que me ama,
mesmo sendo muda,
e mesmo eu sendo surdo.
E nos entendemos.

Por isso escrevo:
por não te ter realmente.
Por isso escrevo:
por não querer escrever.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Novo de novo?

Bom, vou tentar... O lápis insiste em quebrar a ponta, eu sempre o aperto demais contra o papel, mas eu tenho pressa. Tenho pressa de tentar escrever o que sinto, o que parece me sufocar tentando sair, sabe? Parece que eu engoli uma bola de futebol e ela está tentando voltar, só que em palavras, em palavras que não são palavras, são sensa(ções/timentos) que eu sinto serem melhores como palavras, não sei, preciso. E tenho pressa. Alguém está me esperando em algum lugar, e entre me arrumar e sair eu preciso descobrir quem é. Estou cansado de dizer boa noite a todos e bom fim de semana a quem eu quero dizer: Tenha uma semana comigo. E ponto final. E final. Será que bastam olhares? Não, não bastam. Basta dizer que gosta de mim? Não, preciso de provas, mas minhas provas não são muitas, preciso que você se importe, se tiver que fingir finja, eu entendo. Eu preciso que você fale comigo de verdade e não através de uma máquina tola, eu sei que provávelmente você não sente o que eu sinto, que provavelmente eu estou me enganando, eu sei, mas eu preciso de alguma coisa pra querer mais do que o nada. Eu preciso.

* Tá bom, eu relutei e relutei, mas não teve como: comprei o cd da Mariah... *
* Ouvindo a faixa 14: Fly like a bird...*