segunda-feira, junho 30, 2008

Amante telepático

Vislumbro o que a névoa esconde.
A névoa de suas palavras.
Tenho medo.
Imagino futuros de massinha.
Papel. E barro.

Tateio em corpos mortos,
seu corpo de vidro.
Tateio em outras bocas,
sua boca de vidro.
E beijo o asfalto
com a exatidão do vinho e do cigarro.
Sangro na terra e recebo um abraço
[que deveria ser seu].
O sangue molha o ar e o mundo.

Talvez você respire meu sangue nos seus suspiros
e sinta meu sangue quando encostar a terra.

Olho a estrela que imagino que você olha,
te toco, tateando seu labirinto.
Suas pedras machucam meus pés.
Minha cara enrubrece com seu soco mental.
Tranco-me em você.
Sou expulso por seus sorrisos distantes.
Me banho em fluidos meus
limpando as feridas que seus "talvez" me causam.
Respiro cansado do ar da noite
e me farto de um gozo triste.
De uma lágrima, que numa outra dimensão,
em que sou feliz com você,
não existe ou é quente.

Lembro um passado feliz que não tive,
em que uma mão que não existe me tocava apaixonado,
em que olhos verdes que não existem me tocava apaixonado,
num simples beijo de borboleta.

Estendo a mão ao meu Eu-feliz,
ele se esvai na realidade pontiaguda, cortante, sufocante e dolorida.
Fecho os olhos numa desistencia necessária.
Cansado,
morro nos braços eternos de um "sim" que nunca tive.

quinta-feira, junho 12, 2008

Desprezo e existência. Desprezo existência. Despreze existência. Os limites não são claros e o silêncio dói demais. O silêncio que não é silêncio, antes calasse meu pensamento. Que no silêncio grita. Seu nome. Que no silêncio some, se esvai em água de torneira, sal grosso e dor de olho. No pós olho, vermelho. Dor no pescoço. Preguiça na lingua. Falsa risada e repetição de musica. Mi. Nu. Tos. E o cachorro morde o rabo e fica dando voltas em si mesmo. Conversa fiada e espera das luzes piscantes. Que piscam nos lugares errados. Conversa fiada. A partir de um ponto me perdi do caminho e comecei a cuspir fogo, e a me queimar com o que queimava. Brasa no céu da boca. Reticências e coisas que não importam a ninguém.

segunda-feira, maio 26, 2008

E nunca começou realmente..

sexta-feira, fevereiro 29, 2008

A palavra não tem mais o (mesmo) senti(mento)do..
A palavra (em alguns casos) é artigo de lu(li)xo.
A (minha) palavra chora e chora
a dor de não ser (mais) querida.
A palavra (amiga) faz falta (em alguns momentos).
(Em alguns momentos)

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Sombra na parede escura, nua e crua. Fumaça. Não fiz patinhos nem cãozinhos. Os olhos não paravam quietos e os ouvidos, bem, esses ouviam atentos sua voz (espaço dedicado a alguma palavra que não existe). Pensamentos. Óbvios pensamentos. Pensamentos são óbvios. Como o pensar é óbvio. Tentativa de telepatia. Tentativa falha? Cadeado no portão do pensamento óbvio e tapa na telepatia. Pedaços mastigados na fumaça fria, não, quente, fumaça quente.. Frio era o vento, fria era a solidão, fria era a noite. (Espaço dedicado a algum fim)

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Meu campo de guerra. Meu medo.
Olhos fortes e doces.
Toque forte e doce, quando toca.
Espera. Cansaço.
Fuga das palavras
nas palavras.
Fuga do olhar no olhar.
Do beijo no beijo.
Não ler pensamentos.
Não ler pensamentos.
Não ler pensamentos.
Mas lê, mas leu, me leu.
E li. Não gosto muito,
pois sempre duvido.
Dividido.
Dividido nos seus dedos,
nos seus cabelos,
no seu cheiro.
Estranho.
Não tem cheiro.
Não tem cheiro.
Não tem cheiro.