segunda-feira, novembro 20, 2006

Eu podia ter dito oi. Você poderia ter dito oi. Podiamos ter nos cumprimentado com um aperto gentil de mãos. Podiamos ter conversado sobre algo. O mesmo de sempre. Um filme novo, sim, o novo do Almodovar. Conversariamos sobre isso. Muito. Você me diria que assistiu ou que não assistiu. Eu diria que não assisti. Você me diria que provavelmente é bom. Eu concordaria. Você me daria exemplos. Me falaria sobre cinema espanhol. Eu ouviria extasiado. Falaria algumas bobagens sobre os dois ou três filmes que assisti do genero. Você me olharia de um jeito, não sei dizer o jeito, mas é o jeito que você olha. Eu olharia de um jeito. Talvez quando você fosse embora eu fosse junto. Conversariamos por um curto caminho de duas quadras. Você me falaria da faculdade, me olhando do seu jeito. Eu falaria o mesmo. Eu sentiria o seu cheiro no ar. Não sei se você sentiria o meu. Eu poderia ter esquecido que você já tinha alguém e podia ter te agarrado. Você poderia ter esquecido que tem alguém e poderia ter aceitado. Podiamos ter nos beijado. Podia ter sido bom. Podiamos ter continuado. Podiamos ter ido na sua casa. Podiamos ter feito sexo. Sim, podiamos. O sexo podia ser bom. Não sei como você se sentiu das outras vezes. Eu podia tentar coisas novas. Pensei tanto sobre. Podia ter tentado te dominar ao invés de ser dominado. Podia não dormir na sua casa e ir embora logo depois. Não sei que impacto isso teria. Mas não conseguiria dormir ao seu lado. Não por um ressentimento ou porque eu me lembraria que você tem alguém. Mas porque eu não sentiria sono na sua cama. E sentiria vontade de dormir na minha. Isso poderia ter acontecido. E eu poderia sonhar com você. Ou não. Eu poderia simplesmente dormir. No outro dia eu te esperaria dizer algo, que indicasse uma continuação ou não. Você não me diria. Eu não entenderia. No outro dia eu te esperaria dizer algo. Você não diria. No outro dia eu esperaria. Você não diria. Mas eu entenderia. Entenderia de forma negativa, tudo de subentendido eu entendo de forma negativa. Poderia então tentar esquecer. E quase consiguiria. Mas provavelmente poderia haver outro encontro em que tudo aconteceria de novo. Ou não.

sexta-feira, novembro 17, 2006

AiAi... que momento nostalgico... estava eu andando por um blog antiquissimo(www.canecas.blogger.com) que era do povo do cti, e vi esse post engraçadissimo de uma brincadeira que faziamos na aula, a brincadeira é a seguinte: primeiro vc abre um circulo no meio da aula chata e ignora o resto da sala, depois vc separava um papel, ai cada pessoa tinha que inventar um pedaço de uma história e escrever no papel, e dobra-lo, deixando visivel apenas 3 (ou um outro numero qqr) palavras, ai a outra pessoa tinha q se virar com essas 3 palavras para dar continuidade ao texto... Enfim... me deu saudade e eu resolvi postar.

"Sabem aquelas histórias das aulas de contabilidade e história? Então... aqui estão:

História 1
Era uma vez, a muito tempo atrás, uma cidadezinha campestre .
E naquele lugar tão mágico existia uma bruxa muito máscula chamada Lucky, que vivia com a pobre camponesa Maxaylla, que ia todos os dias ao campo buscar lenha. Mas o que ela não sabia era que existiam, naquele lugar, lenhas mágicas que ajudavam a realizar sonhos!
Assim, ela queimou a lenha e pediu um desejo! QUERO UM PATINETE!
Pela cara de dó que fez, seu pedido foi concedido e ganhou um patinete para andar na rua dos bizarros. Porém, para seu azar, caiu na frente de uns estudantes que tinham bordado no peito ¿CTI¿ e que riam e apontavam, fazendo com que chorasse e xingasse.
Ela xingou eles de vários nomes feios, principalmente os que ela havia aprendido em casa, pois ela vinha de uma família desestruturada, onde a mãe era viciada em analgésicos e a irmã em laxantes.
E volta e meia ela fazia showzinhos em cabarés próximos a sua casa, atraindo dezenas de senhores. Hum... os frutos do seu trabalho estavam rendendo...
Então o Bafo foi na loja da Mila e Dãn e comprou mais um macacãozinho. Mas a vendedora, desconfiando que ele não tinha dinheiro o expulsou a ponta pés e ele ficou louco e passou anos e anos vagando por toda a eternidade.


História 2
Puxa, nem acreditei quando aquela imensa massa gorda entrou na sala gritando aquelas palavras de baixo calão, que eu nem tenho coragem de repetir . E aquele amor crescia e crescia mesmo nessas circunstâncias desastrosas... Ás vezes as pessoas são felizes e não sabem.
Mas a felicidade durou pouco, pois ela assistiu uma fita, viu um poço e recebeu o telefonema: ¿SEVEN DAYS¿. Ela pegou o cano e saiu em disparada, mas, como não sabia dirigir, foi direto para o poste, TCHIBUM!:
- Esse poste que entrou na minha frente!
Mas é claro! Isso que dá beber sem parar... Essas pessoas bêbadas irresponsáveis...
Enquanto isso, todas as bêbadas estavam histéricas pois alguém colocou um pó em suas bebidas. O suspeito fugiu de bicicleta e pegou o primeiro patinete que viu, fugindo com o Bafo na garupa , saindo com o cabelo e o macacãozinho ao vento.
E então surgiu o Tirulito (ou Pirulito), todo risonho e saltitante a balançar o seu rabinho colorido de palhaço. Com o seu rabinho de palhaço conquistou multidões e levou alegria para todas as nações . Todo vestido de pirulito apelidou-se de Pipi.
Mas com o tempo o palhaço foi crescendo e ¿pipi¿ não era mais conveniente para ser usado como apelido. Então a família acostumou-se a chama-lo de urina.
Urina tornou-se uma boa garota, aprendeu todos os truques, mas o Bafo sentiu ciúmes e tentou mata-la a mordidas...
Foi quando o grande Bolinha surgiu de moto trazendo Bolão, seu fiel escudeiro, para se meter na briga. Ele tinha uma capa rosa, linda, reluzente. Uma maravilha do sol! A Max ficou mordida de inveja...
Tentando chamar atenção, Lucky tomou seu banho com a janela aberta, mas agora estava mais provocante do que nunca...!
E todos os outros ( Max, Bafo, Bolão e Tirulito) pararam de brigar e foram dar uma espiada na deusa grega da rua. E espiaram até altas horas da noite até serem atropelados pelo ônibus do cobrador chato e mal-humorado.


Criadores: Juan, Gni, Iuiu, Midjuka e Xzu. Acho que nessa mesma ordem, ou não?

por gni "

sexta-feira, novembro 10, 2006

Predica dionisíaca a juventude

"... a descoberta do tempo enquanto mastiga os dentes. A lenta degradação do marfim, amarelidão roendo a alvura original. Os sentidos consumindo toda vontade... tudo gastando e se amiudando. O tutano atrofiando.
É morrendo que se percebe estar vivo. O apodrecimento é a evidencia incontestavel da vida.
A inteligencia quer libertar-se da ingenuidade que adulteramos na forma de pureza.
... ha algum tempo um santo deixou a verdade corrompe-lo.
"Sou carne! Estou vivo! A mesma força constritora dos ossos é a razão de estar vivo. Satisfazei a vida!"
E então foi feliz de convicção sobre si mesmo... para todos os tempos feliz... para todos os tempos a empatia o arrebatou na embriagues que continuou vivendo em outros homens, nos seus erros e pecados que são a unica certeza sobre homens.
Dioniso! Morrendo no inverno e nascendo no verão"


Tirado daqui

quinta-feira, novembro 09, 2006

The fool

"No Tarô, o Louco corresponde tanto ao primeiro arcano da jornada, quanto ao último. Como coringa, num baralho comum, ele ocupa qualquer lugar. Podemos considerar o Louco um andarilho, aquele que percorre as 22 etapas do Tarô, buscando, em cada uma delas, o encontro consigo mesmo. Na esperança de uma vida livre, sem compromissos, ele não se apega a nada, vive o aqui e agora sem se preocupar com o futuro, sem se preocupar se vai ou não terminar o que começou, sem se preocupar com os prováveis perigos à sua frente... Tudo nele é espontâneo. Seus indomáveis impulsos fazem com que ele salte para o desconhecido ao iniciar sua grande jornada no Tarô.

E assim, despreocupadamente, ele segue o caminho que o levará, quem sabe, ao mais profundo dos abismos, ao mundo desconecido do seu inconsciente. Libertar-se dos preconceitos, dos valores estabelecidos, dos antigos padrões de comportamento, desapegar-se de tudo isso e viver a vida como ela é, de forma espontânea, despreocupada e verdadeira, tem sido o seu objetivo, se é que se pode dizer que ele tem algum. O Louco vive na ingenuidade, por isso, a cada momento, ele se depara com surpresas porque nada do que faz é previamente preparado.

Quantas vezes precisamos, em nossos caminhos, entregarmo-nos às coisas simples, bobas mesmo, mas que nos façam sentir uma alegria interior, aquela alegria infantil e difícil de conseguir, tão atrelados que estamos às nossas responsabilidades. Quando isso acontece, sentimo-nos leves e contentes, sabendo que, pelo menos de vez em quando conseguimos contatar de novo a nossa criança, aquela porção de nós que ficou no passado mas que grita interiormente por uam atenção.
Mensagem do Louco : solte a criança e sinta-se livre!

Plano espiritual - a inocência
Plano emocional - alegria
Plano material (trabalho e profissão) - trabalha a responsabilidade
Plano afetivo ( relacionamento com o outro) - desapego
Na saúde - buscar o equilíbrio físico, mental e emocional"

segunda-feira, novembro 06, 2006

Meu Canário

Marisa Monte

Composição: Marisa Monte

Pela primeira vez, eu chorei
Porque fui desprezado pelo meu amor
O meu barraco agora ficou desarrumado
O meu canário já não canta, com certeza se desgostou
Piu-piu, piu-piu, piu-piu,
Canta meu canarinho, para amenizar minha dor

Piu-piu

Quando é noite de lua, eu saio pra rua para meditar
O meu pinho faz tudo pra ver meu canário cantar
No soluçar do vento
No sussurro das folhagens
No gemido dos coqueiros
Pede a ele pra criar coragem
Nem assim o meu canário canta
E da minha garganta, um triste gemido sai

Ui-ui, ai-ai
Ui-ui, ai-ai