quinta-feira, dezembro 15, 2005

Sunset

Um copo se espalha pelo chão
em mil pedaços.
Mil gotas de mãos se misturam
aos cacos.

Alguém se põe de joelhos.
Teste de poder.
Alguém pula descalço.
Prova de amor.

No fundo um solo de guitarra.
Quando se suaviza
os olhos caem, os olhos penetram.
O aço dobra.
O aço derrete e se molda em flor.
Uma rosa.
O cinza quando quente é rosa.
O rosa quando frio é cinza.

Um homem de joelhos, uma rosa de aço,
um copo e, mil gotas de uma mão em pedaços.
"Bem vindos à floresta!"

As gotas de mãos são doces.
Cabelos lisos, compridos e perfumados.
Sinto que vou me repetir.

Há dança, saltos, os olhos pulam,
os olhos repousam. Todos seguem.
São seguidos.
Cada um pega uma rosa de aço,
cada rosa de aço pega um.

Há fogo, há calor...
"Bem vindos à floresta!"
Há amor...


*Ultima poesia minha do ano... Mas ano que vem eu volto, feliz natal e ano novo...*

quarta-feira, novembro 02, 2005

Obliviantes

Ana Hatherly

Era uma vez uma cidade grande, onde instaurou-se a dignidade do suicídio. Clínicas especializadas distribuíam cápsulas transparentes que os candidatos tomavam para, depois de embalados, atingirem o passamento sonhado. As cápsulas chamavam-se "obliviantes" e nelas desapareciam os obliviados, a quem todos se referiam com reverência. Mas era preciso merecer a morte obliviosa, pois nem todos tinham o direito de morrer.

sábado, outubro 01, 2005

Cotidiano

Chegou. 23h00. Da mesma maneira aparentemente fria tentou abrir a porta. Duas vezes a chave não entrou na fechadura e num gesto intuitivo girou a maçaneta. Sim. Estava trancada. Nova tentativa. Acertou e abriu. A sala continuava a mesma, e no ar, nada que o animasse. Nenhum perfume. Nenhum cheiro de comida. A Tv estava desligada, sabia disso porque desde criança ele sentia quando a TV estava ligada, era como se no ar algo vibrasse. Não vibrou. O quarto ficava cada noite mais longe. Na cozinha, nada de novo mesmo. No quarto, tirou o pesado tênis, a pesada calça, a pesada camiseta. Cogitou até a idéia de ficar de cueca. Mas não, não era destes. Vestiu uma bermuda. Com passos descalços foi à cozinha, antes, se olhou no espelho, ainda era ele, depois preparou pão, queijo, leite? Não, o leite acabou, tomou café mesmo, morno. Caminhou até a sala e ligou a TV. Algo interessante passava, mas nesse momento seu pensamento tinha um dono. Nesse momento seu pensamento tentava beijar alguém, mas seu pensamento sempre tinha os lábios barrados por mãos ingratas. Pensando bem, a culpa não foi das mãos, não se obriga alguém a sentir, ou se sente ou não. Ele sentia. Sentia algo que ficava entre o completo amor e o completo orgulho ferido. Se indagava se amava, ou se queria o que não podia ter. Sabia a resposta. Sempre soube. O prato estava vazio. O copo estava vazio. Vazio. Foi para o quarto, deitou, rezou e dormiu, o outro dia começaria cedo.

sábado, setembro 24, 2005

Duas vozes...

O corpo desconectado,
os pés que levitam,
os sons, pequenos ruídos,
chiados, uivos baixos,
freqüência dupla.

O coração bate mais forte,
o som aumenta, vibração,
as fibras do corpo se mexem,
e mexem, eu mexo...

Algo dentro de mim dança,
algo dentro de mim
tirou meu eu para dançar,
para tremer.
Descalços, balançam
dentro de mim, e eu sinto,
são dois, que balançam,
pisam em mim por dentro,
rebolam e batem em mim
com seus quadris, febris,
e eu mexo...

E eu mexo.
E mexem comigo.
E eu deixo.

sábado, setembro 17, 2005

Nowadays...(O mais dificil é o titulo...)

"Renda-se como eu me rendi.
Mergulhe no que você não conhece, como eu mergulhei.
Pergunte, sem querer, a resposta, como estou perguntando.
Não se preoucupe em "entender".
Viver ultrapassa todo o entendimento."
(Clarice Lispector..)

Estavam juntos, mãos dadas. A rua estava escura e o silêncio total, não se viam, se sentiam pelas mãos que se tocavam. Madrugada. Vento. Os cabelos longos balançavam mais que os curtos e traziam um cheiro, cheiro bom, não um cheiro que se possa classificar, não é cheiro de shampoo, acho que é o próprio cheiro da pessoa, o conjunto de experiências, de pequenas vidas vividas em uma que dava esse cheiro. Cheiro bom. Os cabelos curtos também se debatiam, o cheiro também era bom, mas nada supera os cabelos longos. O silêncio. O silêncio. O silêncio, agora chegou ao fim, os cabelos longos murmuraram algo, que em segundos se transformou em uma conversa animada, algo para se conhecerem, algo para amigos. Conversa. Passos. Madrugada. A conversa agora ia se esvaindo, não que tivesse problemas o não conversar, apenas aconteceu... Os cabelos curtos se atreveram a dar passos longos e se atreveram a se separar a dois passos, mas as mãos estavam dadas, e numa prova incontestável de que as leis da fisica funcionam, houve uma separação de corpos ligados ao máximo e uma junção de corpos próximos, um beijo. "Shiu". Um dedo encostando no lábio. "Posso?". Beijo. Abraço. Minutos. Abraço. Beijo. Passos. Mãos dadas. Os passos os levaram para uma rua iluminada pelos postes. Civilização. Constrangimento. Mãos soltas. Olhos que se encontram. Olhos que se desviam. Medo. Cabelos longos. Passos. Cabelos Curtos. "Não precisa falar. Eu sei. É reciproco.". Passos. Passos. E beijo.

sábado, setembro 10, 2005

Do pensamento... Paixão..

Respirar apressado,
enxugar as mãos,
pensar, pensar...
Das duas coisas que penso,
três são a mesma, sim, três,
o luar, o sol, o luar,
e mesmo que em corpos,
em metades, vermelhas,
sei lá, o pensar paixão não
me larga. A fome, o desejo,
a necessidade, a pressa,
o anseio, o aperto,
as uvas, as mãos, as costas,
maçãs doces e de novo vermelhas,
vermelhas.
Nosso aperto que nunca haverá,
nunca correremos perigo,
nunca brigaremos, porque
nunca ficaremos juntos.
É disso que tenho medo,
Meu amor já se foi sem começar...
De novo, sem começar,
de novo, a noite,
de novo, a curiosidade.
Quem eu olho eu olho,
quem me olha, também olha
qualquer outro, de novo.
Do pensar paixão.

Parte do encanto/reza:
Já é problema divino.
Que eu ache a minha pessoa,
e que você ache a sua,
se eventualmente a minha for você,
e a sua for eu, melhor, senão,
melhor também,
não tem como dar errado.

Faiscador

Eu não consigo enxergar nada de noite, talvez isso seja apenas uma acomodação psicológica, na qual eu apenas não vejo o que não quero, sempre fui assim. O problema não é a noite, e nem o que vejo na verdade, é talvez o ver quem me vê, quem me segue, talvez seja uma falta de auto-estima, eu não enxergo quem me enverga, não sou digno, e também tenho um dom parecido com o de não enxergar quem me enxerga, que é enxergar quem não me enxerga, de novo a falta de auto-estima. A falta de auto-estima nos faz patéticos, e nos faz arrogantes, digo, me faz, não quero generalizar, vamos por nome aos bois. Não sei se o que eu escrevo está correto ou não, mas é uma forma de organizar as idéias, não levem a sério a parte que se segue:
Eu sempre me ponho em situações idiotas, em que em meu mundo mágico eu sou o centro das atenções, sempre entendo as coisas errado, e com essas coisas crio fantasias, onde eu sou querido por todos e a vida não é tão insuportável. Nesse ínterim, planejo uma forma de testar minhas fantasias, de testar se sou querido, dai vem as situações, ainda mais com esse negócio de Internet, parece que ficou mais fácil se fazer de bobo, você pode se fazer de bobo na comodidade do seu lar... Mas enfim, eu inicio as situações na Internet, ou na vida real? Não sei, na verdade são várias as situações vergonhosas, porque eu fantasio bastante... Imaginação. Às vezes eu penso que tenho problemas indetectáveis aos leigos, preciso de ajuda profissional, não que eu não a tenha, apenas acho que preciso urgentemente de medicamentos, ou talvez eu ache que precise disso porque eu não consigo me anestesiar mais, parou. Eu estava começando a achar que depois que você resolve um problema que te impede de sentir o problema "vida" se resolve, mas não, as coisas simplesmente se complicam, o que eu tento dizer, mas que na verdade nem tentei, mas foi à intenção principal do texto foi o fato de eu agora me importar de estar sozinho, sei lá, de não amar, parece que num determinado ponto da vida tudo gira em torno da sua vida amorosa, até chamamos de vida amorosa, uma outra fantasia que tinha era de que o amor era natural, ele explodia num momento em que as coisas aconteciam numa sincronicidade mística, em que entendíamos que estamos inundados num fluido e que todos somos feitos deste fluido e que todo o fluido nos compõe e ao mesmo tempo nos liga, sei lá, até é assim, para mim, só que alguém tem que mover o fluido. Eu estou escrevendo as coisas da forma como elas me chegam ao consciente, sei lá, como autoconhecimento, o que me remete aos meus amados oráculos, e no porque eu acredito neles, simplesmente porque eu acredito em psicologia, um oráculo te manda uma mensagem, e essa mensagem tem um significado único, que é o seu, o de quem está lendo, ou seja, é um único significado que na verdade são vários, é o significado de quem lê, milhões de pessoas que lêem a mensagem a interpretam(nem fale interpretar, que já me vêm diversos pensamentos de coisas que podiam ser evitadas, mas pensando bem, não queria que fossem evitadas, cada um que interprete o que quiser...) de uma forma pessoal, e aplica aos seu problemas pessoais, este é o valor do oráculo para mim, é uma maneira de autoconhecimento, apartir do momento que você recebe a mensagem, automaticamente você se esforça para entender o que isso tem a ver com a sua vida, e isso provoca um autoconhecimento.
Nada do que eu disse fará sentido para quem ler, pelo menos não o meu sentido, porquê o inconsciente usa imagens pessoais para se comunicar com o consciente, as minhas imagens tem o meu significado, e funcionam para mim, sei lá, papo chato, eu podia simplesmente ouvir a música, mas to com vontade de escrever, e as coisas não param, mas agora eu to só enchendo lingüiça pra vida passar mais rápido...

sábado, setembro 03, 2005

Puxa... mas quem é ele e do que que ele está falando?

Olá queridos amigos pensaram que iam se livrar de mim? (eu esqueci a tradução da musica, mas eu sei que tem uma parte que diz eu estava bebada e não parava em pé, ou algo do genêro... Se o João souber eu tenho certeza que ele vai comentar...)... Enfim, o anemosanoite(www.anemosanoite.blogspot.com) acabou... O sonho foi bom, mas eu estou em outro momento, não se pode querer ser o que não se é... Mas isso não vem ao caso, eu tinha escrito um texto que tinha 100 linhas(no caderno, o que aqui seriam 500) e ficou grande demais para colocar aqui e tinha coisas que eu me arrependi de escrever, ele era dividido em 10 partes, 1 prológo e 9 pequeninos capitulos que tinham prosa e poesia, mas decidi postar só da parte VI em diante...

Parte VI - Orgasmos multiplos(Adélia Prado)
Ensinamento

Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.

Parte VII - Prosa X Poesia
Atualmente prefiro poesia, a prosa é, ou tenta ser explicativa, a poesia é expressiva. É o que eu sinto. Eu não ligo que não entendam a poesia, nem quero que estendam, eu ligo se não entendem a prosa. A prosa me prende e a poesia me liberta. Mas eu amo as duas.

Parte VIII - Te sou fiel (Poema direcionado a quem eu estou apaixonado e não a quem eu amo.)
Te sou fiel em olhos,
Mesmo que você não me seja,
Te sou fiel em corpo,
Mesmo que você não me seja,
Te sou fiel em espirito,
Mesmo que você não me seja.

Mas ser fiel me é fácil,
ser fiel, já é um principio meu,
e com tudo o que meu pensamento alcança,
eu sou fiel.

Sou fiel ao cão comido pela sarna,
se for meu cão.
Sou fiel ao corte na mão,
se for meu corte.
Sou fiel a quem me denigre,
só dele sinto raiva.
Sou fiel a quem desejo,
se for meu desejo.

Ser fiel é para mim,
a coisa mais fácil do mundo.
E eu sou.

Parabéns, de mim conseguiste
o que qualquer um consegue.

Parte IX - Parte final
Eu queria escrever mais, mas não consegui.

sexta-feira, julho 15, 2005

olá, eu criei um novo blog... o link dele é esse ó Meu Blog novo, não que esse vá acabar, nem nada, é novo falta muita coisa, e eu tava com vontade de fazer uma template... vcs acreditam que eu tive a cara de pau de baixar, sim, baixar o dreamweaver aqui no meu serviço...(80 mb)... ah...

terça-feira, julho 12, 2005

Terça-feira

Se o gramado ao lado
Todo esverdeado
parecer melhor que o seu
tome mais cuidado com esse mal olhado
Não venha cuspir no meu

Um olhar sobre o muro
seu jardim já morreu
deixe de ser tão inseguro
a casa está cheia de flores
e você nem percebeu

Não quero o seu conselho
em mim mesmo me espelho
não dou chance ao seu azar
minha alegria é saber que algum dia
você ainda vai despertar

Um olhar sobre o Muro
Seu járdim já morreu
Deixe de ser tão inseguro
A casa está cheia de flores
e vc nem percebeu

De que vale plantar se vc não colher?
É preciso esperar pra ver
Molhar,proteger
É preciso esperar pra ver
Brotar,Florescer...

(Ludov - Gramado)

sábado, julho 09, 2005

take it, take another little piece of my heart now baby

Ele estava triste esses dias, não que não tivesse motivos para rir feito um demente, motivo ele tinha, mas essas coisas não se explicam, porque mesmo que as pessoas mintam bem elas ainda mentem, e ele sabia disso, como ele sabia disso? Pura e simples lógica, se ele mente e mente descaradamente, a lei das probabilidades garante que é pouco provável que ele seja o único. Ele mente quando diz que sua vida é ótima, e até quando diz que não é, porque o faz para se mostrar, ele é estranho. É estranho porque na cabeça dele existem duas formas de se viver que são independentes da opinião alheia sobre as mesmas, a primeira é a de que você vive ignorando o que se sente, se alienando, a segunda é a de viver o que se sente, isso não quer dizer que você faz o que quer, isso quer dizer que você não foge ao que sente. Nesses dois casos você pode ser feliz, tendo como ponto de partida a opinião dele sobre a felicidade, porque até as loucuras e excentricidades escondem uma felicidade, ou infelicidade, porque agora ele também sabe que ele pode se mostrar feliz e não o ser. Enfim, o que ele estava pensando e sentindo é que ele era feliz por ser triste, quero dizer, conhecendo o que ele conhecia sobre felicidade ele era feliz, digamos que ele sinta que a vida é mesmo como nas peças de Nelson Rodrigues, onde as mulheres gostam de apanhar e os homens de serem traídos, tem um louvor em se tornar martir, sofredor. Pela psicologia isso é um erro, pois é uma neurose associar a dor ao amor ou carinho, mas até que ponto é licito tirar ele dessa situação de conforto psicológico? Antigamente ele acreditava que tinha que sofrer para ser salvo, algo que no cristianismo ele seguia, talvez de maneira errada e doentia, mas seguia.

Ps: Eu não entendi nada... As vozes ficaram cada vez mais altas e distorcidas...
Ps2: Esse post começou melhor do que terminou...
Ps3: Pontos para o título, que é um trecho de "Piece of my heart" de Janis Joplin...
Ps4: Laura querida, eu também gosto dos meus ps's, estou com saudades de você, e de todos, eu vou no Animecom...
Ps6: Estou com mais saudades ainda de você... É de você, você sabe que você é você, não finja...
Ps7: Basta...

quinta-feira, julho 07, 2005

Um dia frio de inverno (Romance de dois cáputulos e um prólogo e um epilogo, etc...)

Puxa, hoje de manhã estava frio, e eu estava tão feliz, estou ainda, não sei, deve ser a síndrome do 6º dia útil, ontem mesmo antes de dormir eu pensei "Porque mesmo que eu estou trabalhando?" e agora eu já sei, sim sim, pelo dinheiro... Agora posso gastar, posso ir na AnimeCom... Voltei pro fórum, antes que esse post vire um post de um diário vou falar de outra coisa... Eu comecei a ouvir Janis Joplin, ela é ótima mesmo, antes eu tinha um certo preconceito porque todos gostavam dela, e eu tenho tendências a não gostar do que os outros gostam, mas eu consegui superar isso... Agora me bateu uma tristeza, porque os blogs saíram de férias, não sei, as pessoas saíram de férias, deve ser o inverno, a natureza meio que se recolhe para dar um começo novo a tudo, e não seria diferente com os seres humanos, porque nós somos parte da natureza, mesmo tentando esquecer isso, eu lembrei de um negócio que eu li, negócio não, Tao Te Ching é o nome, é um dos três livros básicos do taoísmo, o I Ching, ou livro das mutações, o Tao Te Ching, e o livro da Flor de cerejeira, sei lá, algo um tanto romântico, voltando, eu li que o homem ocidental tem o pensamento de que é o centro da criação, quando na verdade se tudo foi criado, tudo tem sua importância, não sei onde na minha mente entra isso, ah sim, lembrei, somos parte da natureza também e meio que funcionamos nesse ciclo de plantio e colheita, de morrer e viver, ah eu lembrei da carta da morte do Tarô, todo mundo fala " Ai tirei a morte, e agora?" quando na verdade a morte no tarô é o fim de um ciclo e começo de outro, hoje eu estou meio filosofo/religioso/talamascano, sim, eu disse talamascano, porque eu assisti a rainha dos condenados de novo, alguém assistiu? Enfim, dessa vez até que foi legal, acho que o fato de ter comercial me permitiu perceber os momentos críticos do filme(tinha momento critico?), o que eu quero dizer é que o comercial deu um ritmo ao filme que o filme em si não tem, o filme dessa vez até teve um final, pois é, vou começar a ler Anne Rice de novo, agora que tenho dinheiro sobrando(coitado..), voltando aos blogs que se fecharam no final de um ciclo e começo de outro(respira..) eu percebi que as pessoas também não tem visitado os blogs, e nem os fotologs(eu disse fotolog? é eu disse "Fotolog"(dando um guspizinho em cada lado pra mostrar desprezo)), isso me entristece, porque eu não encontro os meus amiguinhos com muita freqüência, eu tenho mais contato com eles na Internet e tal, e agora parou, parece que todos morreram... Vocês morreram? Sim eu estou com saudades, "eu os amo, e eles me amam, e tudo isso porque não fomos amados o suficiente na infância..." (Frase do filme Chicago, vale a pena assistir...).

Ps: Talamasca é centro de estudos paranormais ou algo do gênero, eles são mais do tipo que acreditam e praticam e não do tipo padre Quevedo...
Ps2: Tenho saudades sim...
Ps3: Eu não consegui e virou um post diário...
Ps4: Cheiro de pipoca está rolando no ar(está mesmo)
Ps5: estou ouvindo Cry Baby, da Janis Joplin...
Ps6: Titulo bobo desse post...
Ps7: Chega...

terça-feira, julho 05, 2005

Dos milagres

Mario Quintana

O milagre não é dar vida ao corpo extinto,
Ou luz ao cego, ou eloquência ao mudo...
Nem mudar água pura em vinho tinto...
Milagre é acreditarem nisso tudo!


Enfim, hoje estava eu lentamente andando no meu horário de almoço, quando percebi... Ou percebi quando olhava outros blogs? Não importa, o que importa é que eu percebi que o tempo está meio lento... Não, eu não quero dizer que o dia está demorando a passar, ou que quem eu quero ver só me vera amanhã, não, não é nada disso. O que eu estou sentindo e tentando dizer é que antigamente eu olhava a vida e ela acontecia, hoje ela não acontece, estranho, não sei se vocês me entendem, mas tá tão lento...

Pequeno Poema Didático

Mário Quintana

O tempo é indivisível.

Diz: qual o sentido do calendário?

Tombam as folhas mas fica a árvore, contra o vento incerto e vário.

A vida é indivisível.

Mesmo a que se julga mais dispersa e pertence a um eterno diálogo, a mais inconseqüente conversa.

Todos os poemas são um mesmo poema,
todos os porres são o mesmo porre.

Não é de uma vez que se morre... todas as horas são extremas!

quarta-feira, junho 29, 2005

Provocações

Luís Fernando Veríssimo

A primeira provocação ele agüentou calado. Na verdade, gritou e esperneou. Mas todos os bebês fazem assim, mesmo os que nascem em maternidade, ajudados por especialistas. E não como ele, numa toca, aparado só pelo chão.

A segunda provocação foi a alimentação que lhe deram, depois do leite da mãe. Uma porcaria. Não reclamou porque não era disso.

Outra provocação foi perder a metade dos seus dez irmãos, por doença e falta de atendimento. Não gostou nada daquilo. Mas ficou firme. Era de boa paz.

Foram lhe provocando por toda a vida.

Não pode ir a escola porque tinha que ajudar na roça. Tudo bem, gostava da roça. Mas aí lhe tiraram a roça.

Na cidade, para aonde teve que ir com a família, era provocação de tudo que era lado. Resistiu a todas. Morar em barraco. Depois perder o barraco, que estava onde não podia estar. Ir para um barraco pior. Ficou firme.

Queria um emprego, só conseguiu um subemprego. Queria casar, conseguiu uma submulher. Tiveram subfilhos. Subnutridos. Para conseguir ajuda, só entrando em fila. E a ajuda não ajudava.

Estavam lhe provocando.

Gostava da roça. O negócio dele era a roça. Queria voltar pra roça.

Ouvira falar de uma tal reforma agrária. Não sabia bem o que era. Parece que a idéia era lhe dar uma terrinha. Se não era outra provocação, era uma boa.

Terra era o que não faltava.

Passou anos ouvindo falar em reforma agrária. Em voltar à terra. Em ter a terra que nunca tivera. Amanhã. No próximo ano. No próximo governo. Concluiu que era provocação. Mais uma.

Finalmente ouviu dizer que desta vez a reforma agrária vinha mesmo. Para valer. Garantida. Se animou. Se mobilizou. Pegou a enxada e foi brigar pelo que pudesse conseguir. Estava disposto a aceitar qualquer coisa. Só não estava mais disposto a aceitar provocação.

Aí ouviu que a reforma agrária não era bem assim. Talvez amanhã. Talvez no próximo ano... Então protestou.

Na décima milésima provocação, reagiu. E ouviu espantado, as pessoas dizerem, horrorizadas com ele:

- Violência, não!

Ps: esse texto não tem nada a ver com o que eu estou passando ou sentindo no momento, apenas gostei... Acho que você só pode ter uma coisa ou outra, ou felicidade na vida ou felicidade no que se escreve, atualmente eu estou feliz na vida e já me basta... Talvez eu de uma pausa com isso aqui... Ou pelo menos com coisas minhas...

sábado, junho 25, 2005

Silêncio!...

No fadário que é meu, neste penar,
Noite alta, noite escura, noite morta,
Sou o vento que geme e quer entrar,
Sou o vento que vai bater-te à porta...


Vivo longe de ti, mas que me importa?
Se eu já não vivo em mim! Ando a vaguear
Em roda à tua casa, a procurar
Beber-te a voz, apaixonada, absorta!


Estou junto de ti, e não me vês...
Quantas vezes no livro que tu lês
Meu olhar se pousou e se perdeu!


Trago-te como um filho nos meus braços!
E na tua casa... Escuta!... Uns leves passos...
Silêncio, meu Amor!... Abre! Sou eu!...

(Florbela Espanca)

Eu já te disse que a lua ficou mais bonita? Sei lá, ela está mais cheia, parece que mais perto. Teve um dia que ficou até vermelha. Não sei. Pode ser que eu esteja reparando mais nela nas minhas novas caminhadas noturnas. Na ida, uma caminhada ansiosa, quase uma corrida, onde não reparo em nada, só quero chegar. Na volta é quase um sonho, em que esta friozinho e eu não estou sozinho, eu nem ando, eu quase flutuo, olhando a lua e sentindo o vento. E eu não estou sozinho... Eu adoro inverno de céu limpo...

segunda-feira, junho 20, 2005

Eu quero sol nesse jardim

Eu quero sol nesse jardim
Quero justiça e paz
Quero andar nas ruas, sem temer
Eu quero brilho do luar
Eu quero viajar
Pelo azul dos céus e

Quero te entender
Quero te conhecer
Quero correr ao encontro
De tudo que tive e perdi,
Nem sei porque!
Quero aprender a amar
E saber perdoar
Pois teu amor no meu peito me mostra
Direito o caminho
Para ser feliz

Eu quero sol nesse jardim
Quero a luz da manhã
E a mais perfeita de todas as canções
Quero a verdade no olhar
Eu quero amor sem fim
Tenho a certeza que você nasceu
Pra mim.

(Catedral)

Ps: Amo e sou feliz por isso.

terça-feira, junho 14, 2005

Mephistópheles

Goethe

Eu sou Mephistópheles. Mephistópheles, é o diabo. E todos vocês são Faustos. Faustos, os que vendem a alma ao diabo.

Tudo é vaidade neste mundo vão, tudo é tristeza, é pop, é nada. Quem acredita em sonhos é porque já tem a alma morta. O mal da vida cabe entre nossos braços e abraços.

Mas eu não sou o que vocês pensam. Eu não sou exatamente o que as Igrejas pensam. As Igrejas abominam-me. Deus me criou para que eu o imitasse de noite. Ele é o Sol, eu sou a Lua.

A minha luz paira sobre tudo que é fútil: margens de rios, pântanos, sombras.

Quantas vezes vocês viram passar uma figura velada, rápida, figura que lhe darei toda felicidade. Figura que te beijaria indefinidamente. Era eu. Sou eu.

Eu sou aquele que sempre procuraste e nunca poderá achar. Os problemas que atormentam os Deuses. Quantas vezes Deus me disse citando João Cabral de Melo Neto: Ai de mim, ai de mim. Quem sou eu?

Quantas vezes Deus me disse: Meu irmão, eu não sei quem eu sou.

Senhores, venham até mim, venham até mim, venham. Eu os deixarei em rodopios fascinantes, vivos nos castelos e nas trevas, e nas trevas vocês verão todo o esplendor.

De que adianta vocês viverem em casa como vocês vivem? De que adianta pagar as contas no fim do mês religiosamente, as contas de luz, gás, telefone, condomínio, IPTU?

Todos vocês são Faustos. Venham, eu os arrastarei por uma vida bem selvagem através de uma rasa e vã mediocridade, que é o que vocês merecem.
As suas bem humanas insaciabilidade, terão lábios, manjares, bebidas.

É difícil encontrar quem não queira vender sua alma ao diabo.

As últimas palavras de Goethe ao morrer foram: Luz, luz, mais luz!!

(tirado daqui)

sábado, junho 11, 2005

Se eu jogasse uma moedinha na fonte...

Bom, eu não tenho relógio neste momento, por isso eu não sei se já é dia dos namorados, mas eu quero desejar que todos que tiverem namorados que sejam felizes, que aproveitem para amar. Que para quem o amor é fácil de ter e já o tem, eu desejo que aproveite ao máximo, e que dure o máximo, e que aproveite por quem não tem amor, ou pelos que não são correspondidos, ou pelos que são correspondidos por quem não deveriam ser. E desejo para quem não tem amor, ou para os que não são correspondidos, ou para os que são correspondidos por quem não deveriam ser, que esperem, que observem, que entendam, porque do mesmo modo que não somos correspondidos também às vezes não correspondemos, o amor é uma via de mão dupla, clichê, mas é, do mesmo modo que esperamos alguém, alguém nos espera. E para os tímidos, esses são os piores, são aqueles que são correspondidos e que correspondem com medo, que o mundo não os assuste tanto, às vezes nos bloqueamos por medo que nos bloqueiem. Mas será que nos bloqueariam mesmo?


Vamp

No luar eu vi,
um dia o mesmo sangue que foi seu,
foi meu. Você me transformou,
Deu-me pra beber da eternidade.
Deu-me de comer da felicidade.
Tornou-me seu com um beijo,
com uma lágrima, um pedido.
Uma ordem. Que do sangue de todos
eu provasse, mas que o seu preferisse
e retornasse, para junto de ti,
da mesma forma como da primeira vez,
em que nu, sem carne, deixava
a mostra meus medos,
minhas alegrias bobas,
para ser acolhido e para esquecer
que um dia nos perdemos,
que um dia não nos conhecemos,
que um dia dormimos sós.

sábado, junho 04, 2005

Sonhos (continuação)

...Seria esse um sonho premonitório? Ou seria apenas mais uma evasão inconsciente de sentimentos renegados e palavras não ditas? Talvez. Ele queria com todo seu ser que fosse a primeira, e que esse sonho fosse uma prévia de uma felicidade que estaria por vir. Estúpido. Ele quer isso, mas não quer arriscar, talvez ainda tenha medo de si mesmo, e não consiga... Sei lá... Como acontecerá algo, se quando os olhos se cruzam ele se assusta? Se quando lhe vem um sorriso ele se assusta? Se quando o convite de segurar em mãos frias lhe vem ele se assusta? Ele se assusta. Às vezes ele se via segurando aquele cabelo comprido e beijando aquele pescoço longo, meio fino, que pertencia a uma pessoa doce, que de tão doce e ingênua chegava a ser até desajeitada, mas de um desajeitado charmoso, infantil. Com ela, ele não tinha tido desejos sexuais, tinha tido uma nova atração, atração esta que ele jurava não existir no mundo, uma atração por cada parte daquele ser, por cada gota de suor, por cada gesto, por cada sorriso, por cada piscar de olhos, por cada momento em que ela distraída não se sabia observada e olhava atenta para o nada, como ele também fazia, ela também esperava o que ele esperava, mas mesmo assim...
Sonhar é a única coisa que alguns podem fazer... - Disse ele se encolhendo mais e mais, rezando para sonhar de novo.

*Ao som de: You don't send me - Belle and Sebastian*

quinta-feira, maio 26, 2005

Sonhos

Não há nada mais estranho no mundo do que sonhar. - Pensou ele, se espreguiçando ainda em sua cama, com um sorriso estranho e pouco a pouco percebendo que havia mesmo chorado. Chorou no sonho e de verdade, mas foi um choro bom, sabe esses choros de alívio? Então, esses mesmo. Que sensação boa essa, que perdurou por mais cinco minutos, até que viesse o inevitável "Mas o que esse sonho significa?". Ele pensou e pensou se lembrando do sonho enquanto enxugava o rosto úmido com a mão e se encolhia mais e mais tentando segurar aquele prazer o máximo possível. Ele foi pouco a pouco relembrando, o cenário era um corredor da USC, e ele vinha animado, andando, quando percebeu que seu amor estava chorando, não muito, mas ele via uma lágrima cair de cada olho, mesmo com o rosto semicoberto por uma mão e pelos longos cabelos. Ele chegou perto, e viu que seu amor o olhava, com lágrimas e com um sorriso, ele ficou meio assustado, não sabia o que fazer, afinal na realidade ele não era correspondido, mas meio que sem pensar ele segurou as mãos brancas e se aproximou mais, e abraçou, num abraço quente, não sei se romântico ou amigável, mas no abraço ele sentiu além dos cabelos compridos que lhe tocavam o rosto, sentiu também um sentimento, um carinho estranho, pois eram desconhecidos praticamente, nem se falavam, e na medida que esse sentimento foi crescendo o cenário mudou, e ele estava sozinho em frente a sua casa com uma bíblia na mão, e via no alto um gigante, que sem saber porque ele chamou de Golias, e ele ficou assustado, e se encolheu com a bíblia, e se encolheu, e quando se encolheu, chorou e acordou. Agora que havia se lembrado do sonho, já lhe vinham às diversas interpretações, mas no fundo um pensamento se debatia entre os outros...

Continua (talvez)
Ouvindo: Cat Power - Free.

domingo, maio 22, 2005

Maravilhas tecnológicas num mundo digital e numa sociedade consumista moderna...

Que raiva, hoje eu estava todo animado porque ia poder desfrutar do meu já moderno MSN Beta 7 ou algo do gênero, que tem suporte para conversas por áudio, webcam, jogos e muitas outras funções, detalhe, eu não tenho microPhone, nem webcam, nem paciência para joguinhos, já que minha conexão é discada, não speedy como de pessoas que eu não citarei, mas que sabem quem são, são essas mesmas, mas voltando ao assunto, eu entro com dificuldade na Internet discada e falo "Eeee vou entrar no msn beta 7 ou algo do gênero para conversar com meus amiguinhos/colegas enquanto ouço uma boa musica que apenas trava duas ou três vezes por minuto para carregar os buffers, eba..." quando descubro que já há mais uma nova versão melhorada do MSN beta 7 ou algo do gênero, e que para usar o MSN eu tenho que esperar baixar, ou seja, me sobrou fechar todas as janelas para dar espaço à meia hora (no mínimo) que a minha Internet discada precisa para baixar, enquanto isso eu escrevo um post né, mas com um receio de que depois de baixar o MSN beta 7 plus new generation ou algo do gênero eu vá ter que reiniciar o computador...(bufando e suspirando)... bom mas é a vida... Vamos ver se dá para escrever algo a mais...

Da faculdade para casa...
Da faculdade para casa é um momento mágico em que eu aprendo mais e mais sobre como eu sou presunçoso e paranóico, por exemplo, estou eu andando calmamente trançando as pernas e com as mãos nos bolsos e já me vem um pensamento dos primórdios do SESI, algum pensamento qualquer sobre uma humilhação qualquer, que nem é humilhação nem nada, é mas só para mim, dai eu já ergo a cabeça e olho o céu querendo apenas morrer, deixa pra lá... E dai eu passo pelas mesmas ruas de sempre, esse é um traço da minha personalidade obsessiva, e sempre eu ando querendo encontrar as mesmas pessoas que eu não conheço, mas que eu já criei laços de amor eterno só porque eu passei por elas e elas me olharam nos olhos, daí eu não as encontro, e já sei porque, porque as pessoas que não me conhecem, mas que me olharam nos olhos no dia anterior não gostaram de mim, dai me vem uma dor horrível, mas essa dor é passageira, porque todo dia tem uma nova pessoa que não sabe da minha existência, mas que me olhou nos olhos, para eu amar... Outra coisa que acontece muito é ouvir as pessoas que eu não conheço e que não sabem da minha existência, passarem do outro lado da rua numa conversa super animada que eu já sei que é sobre mim, só pode ser sobre mim, ou o fato de eu não as conhecer e de elas não saberem da minha existência faz com que elas não possam falar sobre mim? Não sei. Dai eu penso “pra que sofrer? Essas pessoas não me conhecem, é lógico que não estão falando mal de mim, pois como eu posso falar de algo que eu não sei a existência”, mas será que o olhar nos olhos para eles é tão comum e banal assim? Ah eu tenho penas deles.

segunda-feira, maio 16, 2005

Poemas não são para serem públicados

Poemas não são para serem publicados
poemas são Drag Queens
rolando piteiras em puteiros
ou somos nós,
poetas velhos de caras borradas
poetas de cinco centavos

Poemas não são para serem publicados

Poemas são para serem escritos
às vezes rasgados
às vezes guardados
Podem ser confessionais,
imorais de vanguarda
Podem ser apenas
a voz humílima do guarda
Podem ser criança

Mas em Geral
são sem esperança
de serem publicados
Poemas custam caro
e não fazem o mesmo efeito de um choque
não fazem o efeito de um baseado
Poemas não servem para trepar
nem nada

Nem sequer tente publicar seus poemas
faça-os voltar calados às gavetas
Com eles ninguém se meta

Dormirão como dormem os drogados:
tristes, gelados, pesados
mas serão sempre únicos
Sempre ineditamente mediúnicos

Sempre salvos das graças das prebendas
Sempre coisas pudendas (ainda que sujos)

Poemas, sempre úmidos
Noviços, fim de feira
maus de venda e de vida.

Não são nem mesmo um incentivo à leitura,
pois quem vai ler linhas quebradas
oriundas de alma idem?

Ps: Todos os filmes foram ótimos, foram o que eu esperava e até um pouco mais, meu preferido foi Dogville, obrigado Iuiu por ter ido comigo e aguentado os problemas técnicos, mas enfim, valeu a pena... E também a todos os outros por terem ido ver diários, mesmo eu não gostando, se bem que eu não sei se eu não gostei ou se eu gostei mas não quero admitir porque outras pessoas também gostaram, mas é assim...

Ps2: Eu continuo ouvindo Belle & Sebastian.

Ps3: Eu não acho eles divertidos, eu acho eles meio deprimidos, mas é uma opinião, você deve saber melhor.

sábado, maio 14, 2005

Querido diário...

Eba... Hoje não é um texto elaborado (Ué os outros eram?)... Mas enfim... Hoje finalmente depois de tantas e tantas tardes debruçado no balcão finalmente chegou o meu amor, o amor verdadeiro, finalmente, o único que eu posso realmente contar, o... tchan... tchan... tchan... tchan... Cd do Belle & Sebastian... Tão esperado... E agora eu estou ouvindo pela milésima vez, querendo passar a noite ouvindo, ai que bom... E dai a primeira eu fiquei dançando, a segunda cantando, dai a terceira só ouvindo, etc... depois eu troquei tudo, etc... de novo... Hoje eu estou bem crítico, não, não estou bravo, estou expondo minhas opiniões, por exemplo, o também tão esperado filme Regras da Atração foi um pé no +_#$%, esperava bem mais, não que isso importe, mas acabou sendo um Rainha dos Condenados. Mal posso esperar para assistir os filmes que vão passar no Centro Cultural/Teatro/Biblioteca/point-da-moçadinha-esperta/uhuu , tomara que não sejam um pé no @#$%##2. Agora que eu descobri o amor eu também descobri que eu sou um pouco promíscuo, mal posso esperar para ter em minhas mãos aquele pedaço frio de poli(nome comprido que significa plástico, só que em quimiqueis...)leno que é o cd The Queen is Dead dos Smiths, só que esse eu não vou poder dançar e pular, só ouvir e chorar, e rir as vezes, porque me lembra eu, mas enfim... E também o da Elis Regina, Na transversal do tempo, eu disse que eu estava promíscuo... Que baixaria né irmã? (Eu sinto que eu deveria pular de linha, mas não to com vontade...) Eu to com um pouco de sono, ou talvez eu só esteja bebado, mas bebado de que? eu não bebi, ah é, bebado de amor, do meu doce e sublime amor, Belle & Sebastian. Bom, Está semana eu não usei preto... É... pronto, falei... Saiu um peso das minhas costas... Agora posso respirar o ar puro do mundo... Eu usei bege, e azul, e jeans, mas não usei preto, exagero, eu usei preto, mas quando eu usei foi uma peça só, e não tudo, daí vocês devem estar pensando "mas que que isso me importa?" Eu também não sei, por isso que o blog é meu *&&^*@#, vai passear em outro lugar, se vc quer democrácia vai dá o $% pra quem vc quiser. Que baixaria né irmã? Aiai... hoje eu acho que eu estou com um pouquinho de disturbio bipolar, por isso vou tomar o comprimidinho azulzinho, mas ele me deixa com uma dorzinha de cabeça, por isso eu tomo o comprimidinho vermelhinho, que me deixa meio enjoado, para isso eu tomo o comprimidinho verde-banana-da-terra, que me deixa soltinhozinho e chamandozinho todo mundinho de amorzinho, acho que estou um pouquinho hipocondriaco, mas eu não acho remédio para isso e também to meio estranho, ah vai passar. Bom querido diário, por hoje é só... Durma bem... (ai será que alguém vai ler isso, que vergonha...Né irmã? -> Imaginem uma freirinha concordando com a mãosinha na boquinha rindo assim: - Hihihi...)

sábado, maio 07, 2005

Até aí morreu Neves

Ainda ontem contei a mesma história.
Ainda ontem tive medo de voar.
Dai menti para não ficar feio,
disse que não queria voar com você.

Ainda ontem contei a mesma história.
Ainda ontem tive medo de falar.
Dai menti para não me envergonhar,
disse que não queria falar com você.


Ainda ontem eu teria que falar de um sonho.
E interpretar um sonho.
Dai menti para não xingar,
e pedi uma semana de prazo.

Ainda hoje voarei,
ainda hoje falarei,
ainda hoje sonharei.

Por que que o hoje sempre vira ontem?


*Olá antes de comentarem passem no Canecas e comente lá, obrigado.*

sábado, abril 30, 2005

Notívago

Você me lembra porque eu gosto de vampiros.
Você me lembra uma desnutrição voluntária.
Você me lembra a bondade indiferente.
Você me lembra a minha impaciência.
Você me lembra todos os olhos que eu já vi.
Você me lembra um grande passado que nunca aconteceu.
Você me lembra um passado que não acontecerá.
Você me lembra o que eu procuro na TV.
Você me lembra o que eu já li e escrevi.
Você me lembra vontade de ter cabelo comprido.
Você me lembra do chão frio em que eu deitei.
Você me lembra de quando eu testava a minha força
[encostando a mão no bule quente.
Você me lembra o meu pé frio de manhã.
Você me lembra a todo instante o quanto eu sou sozinho.
Você me lembra um corredor cheio de desconhecidos.
Você me lembra quando eu me molho na chuva.
Você me lembra o choque que eu levo quando eu ligo o chuveiro.
Você me lembra uma doença boa.
Você me lembra ralar o joelho no asfalto quente.
Você me lembra de comer verduras e legumes.
Você me lembra amassar e amassar papéis.
Você me lembra o porque de se apaixonar descontroladamente.
Você me lembra o que tanto eu procuro...
... Na noite...

*Antes que eu me esqueça feliz aniversário João, Talita, linda, necessária, maravilhosa e absoluta, e Pablo.*

domingo, abril 24, 2005

Fones de ouvido

legal dormir ouvindo a sua fita ontem a noite
sons passam pelos músculos
estes movimentos abstratos
sem palavras
começam fora das células que nunca antes foram
tocadas

nada será como antes
Eu gosto desta ressonância
isto me eleva
Eu não me reconheço
isto é muito interessante

(Música da Björk, do cd Telegram, que eu também vou comprar.)

Prólogo: este texto é um texto idiota que eu escrevi no começo do ano passado, quando eu tinha decidido escrever algo por semana, mas eu na época achei ele idiota, agora olhando ele de novo, até que é legalzinho...

Nascimento

O nascer do Sol nunca foi tão bonito para ele. Ele via as cores, as novas cores, pouco a pouco surgirem no horizonte, ouvia atento cada som, podia ouvir o murmurejo de casais que acabavam de acordar longe dali, podia ouvir o bater dos corações, os passos ainda lentos que demonstravam o despertar de vontades, podia ouvir com clareza o som de uma folha de arvore que caiu tocar o chão, agora podia. Nunca havia experimentado os sentidos, não verdadeiramente, mas agora cada expressão do sentir lhe causava um prazer novo. Estava pouco a pouco se adaptando a sua nova situação, havia visto seu corpo apodrecer lentamente, dando espaço para seu novo ser, mais leve, sem culpas. Nunca imaginou que no verdadeiro estado podia sentir os mais variados sentimentos, sentimentos novos, podia e sentia todos os níveis de amor ao mesmo tempo, só por existir. Adivinhava os pensamentos ao seu redor, ou melhor, via os pensamentos ao seu redor, nada lhe era escondido, nada se tornava estranho ou confuso para ele, tudo se encaixava, tudo tinha o seu lugar e o seu tempo de ser, e ele respeitava isso e era. Apenas sendo experimentava todo tipo de sensação e via, ver não era bem a palavra, pois agora livre de seu corpo pesado ele sentia as sensações dos antigos sentidos em todo o seu ser, todo o seu ser era audição, todo o seu ser era olfato, todo o seu ser era paladar, todo o seu ser era tato, todo o seu ser era visão, todo o seu ser era pensamento, mesmo que sua forma ainda fosse a antiga e fosse visto e reconhecido como antes, já não havia barreiras físicas para seus sentidos, e todos os sentidos tinham a abrangência do pensamento, pois todos os sentidos são pensamentos em essência e neste novo estado não há limites de sentidos, o número de sentidos é o número de pensamentos, ou seja, infinitos. Este era seu ultimo nascimento verdadeiro e a felicidade era constante, todos em seu estado se bastavam, por isso não havia uniões por complementos, não havia mais duas metades de laranja que se unem e se complementam, havia agora individualidades independentes que se unem por afinidades, todas às uniões eram eternas e não havia monogamia, todos podiam se ligar a todos, pois não havia o medo, a posse, só a felicidade. Ele era feliz.

domingo, abril 10, 2005

Lembranças de infância

Tava toda criançada brincando de bola na rua, e as meninas conversando nos portões, quando começou a esfriar e de repente numa troca de olhares a brincadeira já era esconde-esconde, e todos participavam aflitos para não serem encontrados e terem que desempenhar a humilhante tarefa de contar até cem rapidinho pulando entre as dezenas(1...2...29...34...54...68...100). Um dos garotos, no auge de sua agilidade dos sete anos, entrou num cano grande que se encontrava em uma construção, quando uma das garotas mais legais da rua perguntou se podia dividir aquele esconderijo, e podia. A aproximação dos corpos causava uma ansiedade no garoto que numa mistura de medo e anseio sentia seu coração disparar, ela tinha os cabelos mais perfumados, o que aos sete anos era ter cheiro de chiclete tuti-fruti ou maçã verde, e ela tinha. Os segundos passavam e passavam e havia no ar entre os dois aquele tentar segurar a respiração para não serem encontrados ou para esconder a ansiedade, era o amor. Inicio de amor. Num gesto meio inocente de criança eles se deram às mãos, que estavam frias e que se aqueciam aos poucos, quando se é criança as coisas acontecem tão fácil sei lá, parece que o que tem que ser apenas se expressa, deve ser porque as crianças ainda não têm aqueles porquês que martelam tanto a cabeça. Já se passavam minutos e nem eles mais lembravam porque estavam lá, apenas estavam. "Já vi vocês" gritou o menino que na hora carregava o fardo de ser quem procura e num momento mais inocente ainda os dois se soltaram e correram para conseguir se salvar e não ter que contar, ambos se salvaram, mas da janela já se ouviam os gritos de "ta na hora de tomar banho", "vamos entra que já ta frio", etc... E com olhares perdidos nos olhos do outro eles se despediram e tudo ficou na pilha das boas lembranças de infância...


Como alguém apaixonado
Ultimamente tenho ficado contemplando estrelas
Ouvindo violões como alguém apaixonado
Às vezes me surpreendo com as coisas
Principalmente quando você está por perto
Ultimamente parece que caminho apesar de ter asas
E cantar como alguém apaixonado
Quando eu olho para você me ilumino como uma nuvem
Me sentindo como alguém apaixonado

Às vezes eu me surpreendo com as coisas
Principalmente quando você está por perto

Ultimamente parece que caminho apesar de ter asas
Me deparo com coisas como alguém apaixonado
Quando eu olho para você me ilumino como uma nuvem
Me sentindo como alguém apaixonado
Como alguém apaixonado
Como alguém apaixonado

(Like someone in love, da Bjork, do cd Debut, que eu comprarei um dia...)

domingo, abril 03, 2005

Fim de semana em aberto

Tudo é tão falso que até entristece, mas dai eu tava pensando sobre alguns conceitos budistas e tudo voltou a fazer sentido, fazer sentido daquele jeito que as coisas podem fazer sentido, ou seja, não fazendo. Nenhuma pergunta foi respondida, tudo ficou na mesma, todo mundo tem uma resposta pra tudo, menos para as perguntas que eu tenho... Ah eu preciso de um amigo, não de uma pessoa que me fale que tudo vai ficar bem, que tudo vai dar certo, eu preciso de alguém que eu queira ser, é isso, eu não preciso de um amigo, eu preciso de um exemplo, alguém que tenha vivido o que eu quero viver e que possa me responder e me entender, que nem na musica The Boy With Thorn in His Side dos Smiths, quando ele fala : - E quando você quer viver, como você começa? Onde você deve ir? Quem você precisa conhecer? alguma coisa deste tipo que eu preciso, enfim, vamos por os pingos nos is, eu não sou feliz, pronto falei, a vida é tão tediosa, falsa, desnecessária, eu queria ser parte do esquecimento ou algo do genero, eu queria fazer alguma coisa que realmente me tocasse, e não apenas viver por viver, eu queria fazer alguma coisa que realmente me fizesse querer acordar de manhã, eu estou tão cansado de ficar anestesiado do mundo no mundo, voltando ao exemplo que eu quero seguir, pensando bem não precisa ser um exemplo, poderia ser alguém para seguir comigo... Tudo parece tão bom na teoria, lembrar do que nunca aconteceu dá um tom bonito pra vida, mas só, e este tom nem é tão bonito quanto um tom de uma vida... Bom, eu quero por um fim nisso, no texto, por isso eu vou deixar em aberto por falta de fim... Pensando bem um bom fim seria a musica abaixo, dos Smashing Pumpkins, acho que todos conhecem, até semana que vem...
1979
Dureza 1979, garotos legais nunca têm vez
Num cabo elétrico bem encima da rua
Eu e você nos encontraremos
Besouros ricocheteiam como pedras
Com os faróis apontados pro amanhecer
Estavamos certos de que nunca veríamos um fim praquilo tudo
E eu nem me importo de me livrar desse uniforme azul
E nós não sabemos
Onde nossos ossos descansarão
Virarão pó, suponho
Esquecidos e absorvidos pela terra
Sacaneie os ociosos e entediados
Eles não tem certeza do que nós temos guardado
A Cidade-Morfina cobrando taxas até ver
Que nem nos importamos, incansáveis que nós somos
Sentimos a influência na terra das milhares de culpas
E do cimento derramado, lamentado e autorizado
Nos faróis e cidades da Terra
Mais rápido do que a velocidade do som
Mais rápido do que pensávamos que iríamos
Coberto pelo som da esperança
Justine nunca conheceu regras
Se Uniu aos Dementes e Doentios
Desculpas nem precisam ser pedidas, Te conheço melhor do que
você finge
Pra Notar, que nós nem nos importamos de nos livrarmos do
uniforme azul
E nós não sabemos onde nossos ossos descansarão
Virarão pó, suponho
Esquecidos e absorvidos pela terra
A rua intensifica a importância de ecoar
Como dá pra ver não há ninguem por perto

sexta-feira, março 25, 2005

Agora o Antonio Voa

Agora o Antonio Voa
por conta própria
o que você acha Antonio
Os sonhos vão se tornar realidade?
ele voa pelo céu
e o céu se pendura
como um colar
em volta do pescoço

é muito preto e muito escuro
entre o sol e a lua

Agora Antonio Voa...

então ele mija na escuridão
e a escuridão
se torna luz

Agora Antonio Voa...

então ele ganhou o primeiro bejo
o primeiro beijo!
de língua!
a língua...parecia...
um motor, uau!

Oh, Agora o Antonio Voa..
(Musica da Björk...)


Nossa. Eu estava pensando em tudo o que me aconteceu nestes dias e no quanto de responsabilidade que eu senti cair sobre mim, a minha mãe falou que eu vou amadurecer uns dez anos agora, mas só me vem na cabeça que eu vou virar um chato. A terapia, que eu gostava e me ajudava, eu vou ter que parar, o tempo que antes corria livre por mim eu vou ter que dar um geito de agarrar, agora eu vou ter um relativo dinheiro, mas não vou ter como gastar, e eu também não sou muito ligado na idéia de dinheiro, porque eu sou da seguinte mentalidade, o que eu nunca tive não me faz falta e eu sou feliz sem isso, mas se algo que eu tenho me for tirado, dai eu fico numa imensa depressão, e eu acho que é isso que vai acontecer com o dinheiro, eu vou começar a dar mais importância para ele e vou me deixar cair no que os economistas chamam de gaiola dos ratos, uma situação simples onde você se casa, tem filhos, compra uma casa a prestação e um carro, e fica a vida inteira sentindo a importância do dinheiro, mas não o tendo realmente, sei lá, dai eu também penso que para se conseguir uma felicidade relativa nós temos que nos sujeitar pelo menos um pouco, mas dai tudo o que eu mudei em mim luta contra essa idéia, que eu sei que é falsa, mas dai de novo sei lá, dai eu penso que se eu conseguir me sujeitar mas tendo um pensamento desapegado disso, isso não me fará sofrer, mas dai de novo sei lá. Sei lá, acho que hoje eu não estou conseguindo ligar as idéias.

sexta-feira, março 18, 2005

Uma noite e meia com Jung

Já não posso ficar acordado, forças me empurram para um pesado sono, onde os sonhos são puros e belos como um filme em preto e branco, às vezes, mas só às vezes coloridos, onde meu cão sem patas e sem cabeça sorri e eu tenho o poder e a decisão sobre a continuidade ou não de sua vida, algo me diz que no fundo no fundo se eu deixar ele viver novas patas e uma nova cabeça nascerá e ele poderá correr livre para seus sonhos e amores sem o peso de sua antiga cabeça suja e ultrapassada (velha), coitado, cada ano seu é dez nossos, eu entendo, mas para que deixar ele viver se sua vida é literalmente “uma morte em vida”? Coitado, tudo lhe dói, mas eu sei, ele me contou, o carro que decepou suas patas não cortou realmente suas patas, o carro que decepou sua cabeça não decepou realmente sua cabeça, antes, muito antes, talvez a partir de seu nascimento a vida vem pouco a pouco decepando seus membros e sua cabeça, para que deixar ele viver? Isso tudo parece tão familiar, sim, é familiar, terá sido eu quem decepou suas patas e sua cabeça? Para que fazer perguntas da qual eu já sei a resposta? Para que fazer perguntas que eu tenho medo de responder?

sábado, março 12, 2005

Momento semanal

É... O encanto inicial passou, mas ficou o que eu considero mais importante, agora não mais vejo meu objeto de desejo como algo único no mundo, mas vejo sim como uma das mil e uma possibilidades que a vida dá. Talvez o que no momento eu veja como uma possibilidade não passará nunca disso, uma possibilidade, mas idai? Quanto mais eu tentar mais curto ficará o caminho para a pessoa certa, se é que há uma pessoa certa, se é que há uma pessoa certa numa mesma vida. As vezes eu penso que uma perte de mim nunca nasceu.

Recorte e colagem de um diálogo
Ambiente: uma mente perturbada aos quinze anos.
Personagens:
-Consciência: criatura verdadeira pseudosábia que sempre dá os conselhos pseudocertos.
-Garoto romântico: criatura que vive tudo nas idéias, mas que provavelmente nunca conseguirá o que quer.

1º Ato - Ato Único
Consciência (Atrevida): - Você já beijou alguém?
Garoto romântico (Sem graça): - Não. Eu nunca amei ninguém.
Consciência (Perplexa): - O que beijar tem a ver com amar? Beijar você beija quando dá vontade, se for bom você continua, se não, não.
Garoto romântico (Suspirando): - Então eu nunca tive vontade!

*Escutando e respirando - There is a light that never goes out - The Smiths.*

domingo, março 06, 2005

All is full of love

O amor lhe será dado
você será bem cuidado
O amor lhe será dado
você tem que confiar nisto

talvez não pelas fontes
onde você os derramou...

talvez não pelos caminhos
que você está fitando...

vire sua cabeça
tudo está ao redor de você
tudo está cheio de amor
em volta de você
tudo está cheio de amor
você apenas não absorve

tudo está cheio de amor
seu telefone está fora do gancho
tudo está cheio de amor
suas portas estão todas fechadas
tudo está cheio de amor

sábado, fevereiro 19, 2005

Amor em paz

Eu Amei,
E amei ai de mim muito mais do que devia amar
E chorei,
Ao sentir que iria sofrer, e me desesperar
Foi então,
Que da minha infinita tristeza aconteceu você
Encontrei,
Em você a razão de viver e de amar em paz
E não sofrer mais,
nunca mais,
Porque o amor é a coisa mais triste, quando se desfaz

Porta do porão


Ele estava tão confuso com tudo aquilo, de uma hora para outra, apenas com um olhar, todos os seus sentimentos, pensamentos e vontades se concentraram em apenas uma pessoa e em imaginar essa pessoa de todas as formas, de todos os jeitos, e pensar em como chegar perto dessa pessoa e fazê-la feliz, e deixar que ela lhe fizesse feliz. Ele não conseguia se lembrar de como ele era antes de encontrar o amor.
-Amor? Será isso o amor? - Pensava ele, sentindo fortes dores e frios, isso era o amor, ou era uma doença? Suas mãos suavam sem motivo e ele não conseguia falar uma palavra que fizesse sentido, ele apenas olhava para a outra pessoa que sem graça desviava, será que ele estava sendo correspondido? Será que ele vai descobrir o que é ser correspondido?
Agora ele não consegue mais imaginar a vida sozinho, agora ele já não se basta, estranho, ele não entendia isso, apenas sentia que nunca mais seria o mesmo. Ele apenas queria tocar e ser tocado, ser entendido e decifrado, talvez decifrar também. Ele já era triste, só que agora junto a esse sentimento está o sentimento novo e desconhecido que por enquanto ele acha que é amor, deve ser amor, pois agora ele não mais olha outras pessoas e ele não mais não olha ninguém, ele não consegue se concentrar, só consegue olhar, e olhar, e olhar, ou melhor, ele consegue se concentrar, só que agora ele experimentava a sensação de se concentrar em outra pessoa, e em imaginar a felicidade e a alegria de outra pessoa. Será que isso o deixará mais triste ou isso será o indicio de uma felicidade futura?

domingo, fevereiro 13, 2005

Lembranças de um dia normal

Falar alto sozinho.
Se encontrar em um minuto.
Não acreditar em nada.
Se reformular de mil maneiras.
Para acabar como sempre começa.

O vento de uma tarde de fevereiro fazia a porta bater insistentemente, mostrando a força do tempo. Minutos corriam e corriam e o garoto ouvia imóvel os mesmos cds. Havia tanto para ser mudado, que ele mal sabia por onde começar, por isso, não fazia nada, deixava o tempo correr, mas sentia na pele que o tempo nada faz sozinho. Mas por hora só sentir já basta. Planejava. Sempre planejava, e aquela não era uma tarde diferente. Planejava. Sonhava o modo como o tempo ia encaixar tudo, mas logo voltava a se lembrar que o tempo nada faz sozinho e chorava. A porta havia parado de bater, tinha se fechado.
- Você está triste? – Uma voz lhe perguntava atrás da porta.
- Não. – Respondeu.
Não estava triste, ele apenas não sabia por onde começar. Ele apenas estava tendo uma crise de fé. Não de fé divina mas de fé em tudo.
- Crise de fé aos 18 anos? – Zombava sua voz otimista.
- Ué? Sempre fui precoce. – tentava explicar de maneira simples o que tanto lhe incomodava. Ele nunca experimentou uma dor maior do que esta, mas isto se explica pelo fato desta dor lhe impedir de experimentar outras dores.
Ele voltou seus olhos para a janela, adorava ver o céu, ou melhor, dentre as coisas que fazia ver o céu era o que mais se aproximava de uma alegria. Algo no céu o atraia, não atraia para grandes idéias, mas para uma passiva contemplação, ele vislumbrava toda uma vida que estava por vir, mas que só conseguia esperar. Esperar com medo.

sábado, janeiro 29, 2005

Balanço do ano que passou e resoluções futuras

Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe.
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me de piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
-Sei que não vou por aí!
(Trecho de Cântico Negro, poesia de José Régio)

O bom de ser uma pessoa é poder se perguntar às coisas, tirando o medo a resposta normalmente é verdadeira, mas é estranho, eu ainda não me acostumei com isso, eu passei anos pensando que a resposta para todas as questões que eu tenho estavam nos outros e nas outras coisas que é até chocante essa nova idéia de achar as respostas em mim, parece um filme das irmãs Olsen que passa na Sessão da Tarde, mas até que nem é, estou sendo sincero, esse ano que acabou (a um certo tempo) foi muito bom para mim, eu fiz vários amigos, fiz ótimas descobertas, consegui contar coisas para mim, parar de me anestesiar, comecei a ver realmente os problemas de frente e consegui mudar a mentalidade de que algumas coisas são problemas. Este ano eu estou tão animado, eu quero começar várias coisas novas, eu sinto que este ano vai ser o ano decisivo da minha vida, eu quero ser independente, financeiramente e psicologicamente, eu quero mudar velhos hábitos, e apagar alguns mais velhos, eu quero me reciclar, fazer uma limpeza e só ficar com as minhas tralhas. Já não aguento dentro de mim a tralha dos outros!

sábado, janeiro 22, 2005

O garoto magoado

O garoto magoado
Por trás do ódio há
Um desejo assassino de amor

Como eles podem olhar em meus olhos
Ainda assim, eles não acreditam em mim?
Como eles podem me ouvir dizer essas palavras
Ainda assim, eles não acreditam em mim?
E se não acreditam em mim agora
Eles acreditarão em mim algum dia?
E se não acreditam em mim agora
Eles acreditarão, acreditarão em mim um dia?

O garoto magoado
Por trás do ódio há
Um desejo roubado de amor

Como eles podem ver o amor em nossos olhos
E ainda assim não acreditam em nós?
E após todo esse tempo
Eles não querem acreditar em nós
E se não acreditam em nós agora
Algum dia irão acreditar?
E quando você quer viver
Quando você começar
Aonde você vai?
Quem você precisa conhecer?

sábado, janeiro 08, 2005

Aquarius

Ele resolveu que a felicidade agora partia dele, que ele é quem decidia o que iria ou não lhe abalar e pelo que ele iria chorar, isso foi tão simples, mas tão simples que até o chocou, porque neste momento, neste simples piscar de olhos em que ele tinha entendido tudo o que ele queria entender fazia anos, abria-se um leque de possibilidades e de caminhos, isso era tão libertador e tão assustador que ele ficou horas pensando se valia a pena ou não. Valer a pena até que valia, mas não era fácil, exigia que tudo o que ele tinha aprendido fosse mudado, e isso não era fácil, exigia que ele não mais amasse as pessoas que ele amava, mas que começasse do zero, e isto não era fácil. Ele resolveu mudar de ares um pouco e se interessar por outras coisas, voltou a ler sobre filosofia e religião, mas não deixou de ouvir rock, começou a planejar esse novo começo de vida e o planejamento agora era menos regrado, mas ao mesmo tempo dificil, porque ele não sabia o que era mais fácil, se ter vivido de uma forma para agradar os outros ou se começar a viver para agradar a si? Mas ele vai achar o caminho dele, algo me diz que ele achará, eu espero que ele ache.